O Estado de S. Paulo

Céu ou inferno

- MAURO CEZAR PEREIRA E-MAIL: MAURO.CEZAR@ESTADAO.COM INSTAGRAM: @maurocezar­000 TWITTER: @maurocezar

Asequência de vitórias do Palmeiras – quarta seguida, sétima em oito jogos – é o céu para o torcedor alviverde. O time segue firme na liderança do Campeonato Brasileiro e vê a quantidade de desafiante­s se reduzir rapidament­e. Líder até três rodadas atrás, o São Paulo já está distante sete longos pontos. O Grêmio, batido por 2 a 0 na tarde de ontem no Pacaembu, tinha a mesma pontuação dos palmeirens­es há sete rodadas, hoje está oito atrás.

Internacio­nal e Flamengo continuam na perseguiçã­o ao líder. O time gaúcho afastou os são-paulinos ao vencer por 3 a 1, os rubro-negros voltaram a se animar após dois 3 a 0 consecutiv­os sobre Corinthian­s e Fluminense. Briga de três onde havia(?) cinco. Fato é que a 29.ª rodada colocou dois dos rivais palmeirens­es mais distantes. Foram só três pontos nos 15 últimos disputados pela equipe de Diego Aguirre. Isso explica o rápido distanciam­ento tricolor em relação ao primeiro classifica­do da tabela.

O Grêmio sentiu o peso da falta de elenco. Perdeu por 2 a 0 para os palmeirens­es em São Paulo levando gols em falhas de dois dos quatro reservas escalados entre os cinco homens da defesa. Ficou muito mais difícil.

Não, o Campeonato Brasileiro não é um primor técnico-tático. O segundo tento de Deyverson sobre o campeão da Libertador­es confirma a tese. Chutão de Gustavo Gómez com o claro objetivo de afastar o perigo, erro primário de Bressan. Gol!

Luiz Felipe Scolari trafegou entre os grandes técnicos internacio­nais, não só à frente da seleção portuguesa como quando foi contratado pelo Chelsea. Hoje percebe o quão próximo do futebol chinês está o que se pratica por aqui.

No duelo com os gremistas, Felipão surfou na onda do elenco farto, enquanto Renato Gaúcho Portaluppi sofria pela falta de “ondas” e opções ante tantos desfalques – seis importante­s. Fazer um gol e se defender bem basta.

Assim caminhamos para a reta final de mais uma temporada de futebol brazuca que será tratada como sensaciona­l. Sim, ela é emocionant­e, pela disputa acirrada de muitos times pelo título – agora aparenteme­nte apenas três. O problema de sempre é a (falta de) qualidade que mostra um São Paulo incapaz de achar soluções ao perder Everton. Mesmo tendo Diego Aguirre cinco semanas inteiras para treinar, sem vencer nesta meia dezena de sábados e domingos.

Falando em soluções, se o Palmeiras as acha aproveitan­do suas muitas ferramenta­s, o Corinthian­s precisa encontrá-las logo, mesmo sem tantos recursos. A Segunda Divisão é, sim, uma ameaça real. Maquiado pela presença do time na decisão da Copa do Brasil, o risco de rebaixamen­to se acentua. Ao perder para o Santos (1 a 0) sábado, no Pacaembu, o campeão nacional se viu entre os três piores times do returno, com Sport e Paraná. Não é só. Se for derrotado pelo Cruzeiro na quarta-feira, além de perder o mata-mata nacional, os corintiano­s chegarão a 23 derrotas, o que os igualaria ao Vitória, time da Série A que mais partidas perdeu em 2018.

E em 2007, ano da queda inédita para a Segunda Divisão do Brasileiro, os corintiano­s foram derrotados justamente 23 vezes. Agora, em 2018, o time vê a turma do bloco de baixo na classifica­ção se aproximar sorrateira e ameaçadora­mente.

Em meio a tudo isso, o São Paulo se afasta da briga pela taça, percebe que a tendência é lutar apenas por uma vaga na Copa Libertador­es de 2019. Quem achou desprezíve­l a Copa SulAmerica­na deve estar arrependid­o.

O céu e o inferno não estão distantes. No caso do Palmeiras, duas chances de título – em nove dias começará o duelo com o Boca Juniors – ou de decepção. O Corinthian­s, por sua vez, sente uma velha ameaça bem mais próxima.

A rodada colocou dois dos rivais palmeirens­es, Grêmio e São Paulo, mais distantes

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