‘Se não houver uma transição adequada, o governo fica amarrado’
Apoucas semanas da definição de quem será o próximo presidente da República, o Movimento Brasil Competitivo (MBC) já começou a se articular para discutir a transição do próximo governo. Criada em 2001, com o objetivo de aproximar os setores público e privado, a associação sem fins lucrativos marcou para o dia 5 de dezembro uma reunião para discutir como será o novo governo.
Presidido por Claudio Gastal, o MBC está atuando, neste momento, em três frentes de trabalho: governança e gestão pública, desburocratização/reforma do Estado e economia digital. Gastal espera que essas discussões continuem no radar da próxima gestão. “Se não houver uma transição adequada, o governo fica amarrado”, disse Gastal.
Como o MBC tem participado das discussões eleitorais?
Entramos em contato com os 13 governadores eleitos no 1º turno e nos colocamos à disposição para ajudálos, sobretudo os novos (os que não foram reeleitos). Após o segundo turno, vamos convidar todos os eleitos. É muito importante os futuros gestores terem ideia de como vão pegar o orçamento de 2019. Tem de pensar no Plano Plurianual. Ninguém se preocupa com a transição. Não há um processo institucionalizado.
Como é a adesão dos governos ao convite do MBC?
Em 2014, participaram da reunião nove governadores e um vice-governador. Destes, ajudamos de seis a sete Estados. Em 2010, tivemos a continuidade de diversos projetos iniciados no mandato anterior.
O MBC tem como fundador o empresário Jorge Gerdau, que é considerado um dos maiores líderes empresariais. O empresariado está menos participativo dos debates político-econômicos?
Promovemos debates com empresários e executivos frequentemente. Acredito fortemente na coalizão público-privada. Nosso foco é promover a eficiência do setor público. Neste sentido, as discussões sobre a economia digital estão avançando e os executivos e empresários estão engajados nesta discussão.
Mas há engajamento empresarial?
As reuniões ocorrem e há adesão. Obviamente que muitos empresários não estão mais tão participativos como em outros momentos.
O MBC sentou com os principais candidatos antes do 1º turno? Vai conversar com Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT)? Conversamos com os coordenadores econômicos do PSDB, PT, MDB e Novo. PSL e Rede foram convidados, mas não participaram das discussões. Ainda não há reunião agendada com os candidatos que foram para o segundo turno. /MÔNICA SCARAMUZZO