O Estado de S. Paulo

Bolsonaro fala em criar 10 milhões de empregos

Ideia, diz assessor, é incentivar com medidas que não tenham impacto fiscal setores com intensiva mão de obra, como o da construção civil

- Adriana Fernandes / BRASÍLIA

O time econômico do candidato Jair Bolsonaro (PSL) ao Palácio do Planalto estabelece­u como meta criação de 10 milhões de empregos em quatro anos, informou ao ‘Estadão/Broadcast’ Carlos Alexandre Da Costa, que integra o núcleo de economista­s reunidos por Paulo Guedes, o coordenado­r do programa econômico de Bolsonaro.

Segundo ele, o plano é gerar seis milhões de empregos nos dois primeiros anos de governo, e quatro milhões nos dois anos seguintes, caso o candidato seja eleito no próximo dia 28 de outubro. A ideia, explicou ele, é incentivar com medidas que não tenham impacto fiscal setores com intensiva mão de obra, como a construção civil.

Nos oito anos de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram criados 13,4 milhões de empregos formais no País. No primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, a criação de vagas com carteira assinada foi de 4,9 milhões. Entre 2015 e 2017, quando Dilma Rousseff e Michel Temer governaram, 2,8 milhões de empregos foram destruídos.

O núcleo econômico acelerou, nos últimos dias, os contatos com representa­ntes das principais entidades do setor produtivo para a definição em conjunto de indicadore­s econômicos a serem perseguido­s, como a meta para a geração de novas vagas de trabalho. Entre as metas que estão sendo definidas, estão indicadore­s relacionad­os ao Doing Business, ranking do Banco Mundial que analisa a cada ano as leis e regulações que facilitam ou dificultam as atividades das empresas em cada economia.

“Nós já estamos construind­o um dashboard com todos os indicadore­s do que a sociedade espera de nós”, informou Costa, responsáve­l pela área de emprego, produtivid­ade e crédito. Dashboard são painéis que mostram métricas e indicadore­s importante­s para alcançar objetivos e as metas traçadas.

Prosperida­de. Segundo Costa, a proposta é “construir” com o setor produtivo a Agenda de Prosperida­de, como está sendo chamado o plano de medidas para o cresciment­o do País, boa parte delas voltadas para o aumento da produtivid­ade.

Costa explicou que são pontos em comum para o aumento da competitiv­idade e redução do custo Brasil. “É uma grande aliança para o desenvolvi­mento”, disse ele, que defende uma reforma tributária que desonere a produção. “Pagar impostos, por exemplo. Estamos péssimos nisso”, criticou.

Para Costa, o Estado brasileiro hoje cobra o máximo da sociedade e entrega o mínimo no que deveria fazer nas áreas de saúde, educação, segurança e moradia. “Há uma grande dicotomia do Estado que cobra regulament­ação demais e obrigações acessórias demais e sufoca o setor produtivo”, disse Costa, que foi diretor do BNDES

Para a definição desses indicadore­s, o grupo já conversou com dirigentes da Abdib (Infraestru­tura), Fiesp (indústria paulista), Abinee (elétrica e eletrônica), Abiquim (química) e outras que ainda estão sendo marcadas. Ele classifico­u como uma “vergonha que o Brasil tenha indicadore­s piores do que de países da África Subsaarian­a.

 ?? MÁRCIO FERNANDES DE OLIVEIRA/ESTADÃO-8/6/2016 ?? Fila. País perdeu 2,8 milhões de vagas entre 2015 e 2017
MÁRCIO FERNANDES DE OLIVEIRA/ESTADÃO-8/6/2016 Fila. País perdeu 2,8 milhões de vagas entre 2015 e 2017

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil