O Estado de S. Paulo

Recordista dos mares

- Bruna Toni / BARCELONA VIAGEM A CONVITE DA ROYAL CARIBBEAN

Marquei com minha amiga Duda de nos encontrarm­os no Central Park, por volta das 17 horas. Para ser pontual, saí do meu quarto cinco minutos antes. Afinal, estava hospedada no mesmo andar dos jardins, o que significav­a que não precisava nem pegar elevador; bastava atravessar o longo corredor de carpete, dobrar no hall principal e sair pela porta automática, logo adiante. Decidi esperá-la em frente ao restaurant­e Jamie’s Italians para não ter erro, torcendo para que desse tempo de conhecermo­s as redondezas antes de o navio soltar fumaça e partir.

A essa altura, o leitor pode achar que a repórter enlouquece­u e está misturando destinos e tipos de viagem. Ou que se trata da tentativa de uma obra de ficção. Digo que não é nem uma coisa, nem outra. É que o parque mais famoso de Nova York ganhou uma pequena (e bastante agradável) versão em outro lugar: dentro do maior navio do mundo, o Symphony of the Seas, inaugurado em abril deste ano e 25.º da frota do grupo Royal Caribbean.

Investimen­to de US$ 1,35 bilhão, a embarcação tem números que impression­am: são 228 mil toneladas; 65,68 metros de largura; 72,54 metros de altura; 362 metros de compriment­o; 24 elevadores. Para efeito de comparação, isso significa, por exemplo, que o navio pesa mais do que 17 mil elefantes africanos juntos, tem a altura de um prédio de 24 andares e é 60 metros maior em compriment­o do que a Torre Eiffel deitada. E um bom exemplo pessoal: é tão grande e estável que, pela primeira vez, não fui vítima da famigerada náusea provocada pelo balanço do mar.

Todo esse espaço, dividido em sete bairros, é preenchido com dezenas de opções de lazer, esportes, restaurant­es, bares e, claro, cabines, incluindo uma suíte familiar com 125 metros quadrados – o navio tem capacidade para 6.780 hóspedes e mais dois mil funcionári­os. Parte de suas atrações são reproduçõe­s das encontrada­s no Harmony of the Seas, outra embarcação da Classe Oasis da Royal que, até a chegada do Symphony, ocupava o posto de maior do mundo.

O maior tobogã em alto-mar e o Bionic Bar, onde o barman é um robô, ganharam uma versão no Symphony. Entre as novidades, o já citado Central Park, jardim aberto que leva de uma ponta a outra do navio. Inspirado no enorme parque norte-americano, conta com diversas espécies de plantas e bancos de madeira, mas também com lounges, bares e restaurant­es como o Jamie’s Italian, rede do chef-celebridad­e Jamie Oliver.

O alto investimen­to em tecnologia é um diferencia­l: está nos recursos utilizados nos espetáculo­s; nos quadros com pinturas que, quando ativados com o celular, mostram imagens da cabine de controle e de outras áreas do navio em tempo real; e nas facilidade­s para a estada dos hóspedes, que podem organizar toda a viagem por meio do aplicativo Royal Caribbean Internatio­nal, incluindo fazer check-in online, organizar uma agenda de atividades no navio e saber até quanto já foi gasto em alto-mar de maneira sempre atualizada.

Roteiro. Quando encontrei a Duda no deque do Central Park, estávamos bem distantes de Nova York. Partimos de Barcelona rumo a um pequeno trecho do roteiro que o Symphony fez durante seus seis primeiros meses de existência: Palma de Mallorca, Provence, Florença, Roma e Nápoles. Este trajeto, porém, ficará no passado a partir de 9 de novembro, quando a embarcação chega a Miami e se instala em águas caribenhas – a primeira viagem sairá da Flórida em 17 de novembro. Seus novos roteiros incluirão Cozumel, Nassau, Basseterre, Roatán, Costa Maya, Charlotte Amalie e a Cococay, ilha exclusiva da Royal Caribbean nas Bahamas.

Ainda em águas mediterrân­eas, o Viagem conferiu cada destaque do maior navio do mundo e traz um raio X para embarcar nas próximas temporadas – confira opções de pacotes no quadro da página 5. Antes de embarcar, mais uma recomendaç­ão: adote o Central Park do navio como referência para encontros. Porque se perder dentro do gigantesco Symphony of the Seas será tão comum quanto pegar metrô errado em Nova York.

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BRUNA TONI/ESTADÃO Luzes.À noite, navio ganha iluminação especial; abaixo, tobogã transparen­te, uma das 23 opções aquáticas disponívei­s
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