Recordista dos mares
Marquei com minha amiga Duda de nos encontrarmos no Central Park, por volta das 17 horas. Para ser pontual, saí do meu quarto cinco minutos antes. Afinal, estava hospedada no mesmo andar dos jardins, o que significava que não precisava nem pegar elevador; bastava atravessar o longo corredor de carpete, dobrar no hall principal e sair pela porta automática, logo adiante. Decidi esperá-la em frente ao restaurante Jamie’s Italians para não ter erro, torcendo para que desse tempo de conhecermos as redondezas antes de o navio soltar fumaça e partir.
A essa altura, o leitor pode achar que a repórter enlouqueceu e está misturando destinos e tipos de viagem. Ou que se trata da tentativa de uma obra de ficção. Digo que não é nem uma coisa, nem outra. É que o parque mais famoso de Nova York ganhou uma pequena (e bastante agradável) versão em outro lugar: dentro do maior navio do mundo, o Symphony of the Seas, inaugurado em abril deste ano e 25.º da frota do grupo Royal Caribbean.
Investimento de US$ 1,35 bilhão, a embarcação tem números que impressionam: são 228 mil toneladas; 65,68 metros de largura; 72,54 metros de altura; 362 metros de comprimento; 24 elevadores. Para efeito de comparação, isso significa, por exemplo, que o navio pesa mais do que 17 mil elefantes africanos juntos, tem a altura de um prédio de 24 andares e é 60 metros maior em comprimento do que a Torre Eiffel deitada. E um bom exemplo pessoal: é tão grande e estável que, pela primeira vez, não fui vítima da famigerada náusea provocada pelo balanço do mar.
Todo esse espaço, dividido em sete bairros, é preenchido com dezenas de opções de lazer, esportes, restaurantes, bares e, claro, cabines, incluindo uma suíte familiar com 125 metros quadrados – o navio tem capacidade para 6.780 hóspedes e mais dois mil funcionários. Parte de suas atrações são reproduções das encontradas no Harmony of the Seas, outra embarcação da Classe Oasis da Royal que, até a chegada do Symphony, ocupava o posto de maior do mundo.
O maior tobogã em alto-mar e o Bionic Bar, onde o barman é um robô, ganharam uma versão no Symphony. Entre as novidades, o já citado Central Park, jardim aberto que leva de uma ponta a outra do navio. Inspirado no enorme parque norte-americano, conta com diversas espécies de plantas e bancos de madeira, mas também com lounges, bares e restaurantes como o Jamie’s Italian, rede do chef-celebridade Jamie Oliver.
O alto investimento em tecnologia é um diferencial: está nos recursos utilizados nos espetáculos; nos quadros com pinturas que, quando ativados com o celular, mostram imagens da cabine de controle e de outras áreas do navio em tempo real; e nas facilidades para a estada dos hóspedes, que podem organizar toda a viagem por meio do aplicativo Royal Caribbean International, incluindo fazer check-in online, organizar uma agenda de atividades no navio e saber até quanto já foi gasto em alto-mar de maneira sempre atualizada.
Roteiro. Quando encontrei a Duda no deque do Central Park, estávamos bem distantes de Nova York. Partimos de Barcelona rumo a um pequeno trecho do roteiro que o Symphony fez durante seus seis primeiros meses de existência: Palma de Mallorca, Provence, Florença, Roma e Nápoles. Este trajeto, porém, ficará no passado a partir de 9 de novembro, quando a embarcação chega a Miami e se instala em águas caribenhas – a primeira viagem sairá da Flórida em 17 de novembro. Seus novos roteiros incluirão Cozumel, Nassau, Basseterre, Roatán, Costa Maya, Charlotte Amalie e a Cococay, ilha exclusiva da Royal Caribbean nas Bahamas.
Ainda em águas mediterrâneas, o Viagem conferiu cada destaque do maior navio do mundo e traz um raio X para embarcar nas próximas temporadas – confira opções de pacotes no quadro da página 5. Antes de embarcar, mais uma recomendação: adote o Central Park do navio como referência para encontros. Porque se perder dentro do gigantesco Symphony of the Seas será tão comum quanto pegar metrô errado em Nova York.