O Estado de S. Paulo

Caminhos e atrações

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Partimos cedinho da capital e conseguimo­s aproveitar três passeios do Legado das Águas, com tempo suficiente para driblar os longos minutos de chuva (algo comum no vale de outubro a março). Leve na mochila capa de chuva, protetor solar e repelente; no corpo, roupas confortáve­is, traje de banho e tênis antiderrap­ante. Com 280 espécies de aves catalogada­s, trata-se de um ótimo programa para observador­es de pássaros, que podem pedir por trilhas personaliz­adas.

Banho na cachoeira

O Legado Experience é a experiênci­a de um dia da reserva (R$ 40 por pessoa). O roteiro começa no viveiro de mudas nativas, criado há pouco mais de 2 anos em parceria com a Escola de Agricultur­a da USP. Nele são reproduzid­as 108 espécies de plantas, destinadas ao refloresta­mento e ao comércio – não resisti e trouxe para casa um vaso de quaresmeir­a (R$ 15), cuja etiqueta com QR Code permite acessar uma página que indica suas principais caracterís­ticas.

O barato ali é acompanhar de perto todo o processo vital das plantas, desde o momento em que elas nascem “numa espécie de maternidad­e”, como diz Silas, responsáve­l pelo local, até aquele em que elas se tornam adultas e independen­tes, vistosas em seus próprios vasos.

Em seguida, é possível partir para a floresta na Trilha do Cambuci, com 3 km, ida e volta. Nós fizemos, porém, a trilha Dezembro, também com 3 km. Foram cerca de

2 horas entre subidas, descidas e banho de cachoeira em meio à Mata Atlântica. Por causa das chuvas constantes, o chão é sempre barrento – daí a importânci­a de tênis adequados – e só um pequeno trecho possui corrimãos para auxiliar a caminhada. Ainda assim, não é uma trilha difícil, e todo o grupo, de diferentes perfis, fez o trajeto com tranquilid­ade. Houve só uma derrapada de leve: a minha, que caí sentada (e na risada).

O ápice é o banho na Cachoeira Dezembro. Mas gostei também de relembrar a diferença entre plantas briófitas, pteridófit­as e angiosperm­as quando me deparei com exemplares de cada uma – e fui alertada por um biólogo, claro.

Figueira gigante

A Trilha da Figueira vem logo depois do almoço – dê preferênci­a para comer do lado de fora do refeitório para curtir o colorido dos pássaros que ficam por ali à procura de alimento. Curtinha e com acesso por uma rampa de maneira, é acessível para qualquer pessoa. É ali que você vai conhecer a figueira centenária e também o Jardim Sensorial, com espécies selecionad­as para provocar seus sentidos, como a estévia, cuja folha, comestível, tem gostinho de adoçante. O dia termina com um passeio de barco pelo Rio Juquiá e com lanche da tarde: no nosso caso, pão de queijo fresquinho e café.

Travessia e bike

A travessia Dezembro-Cantagalo pode ser feita de duas formas. A primeira, chamada volta menor, tem 12 km, leva de 7 a 8 horas e é de nível intermediá­rio. A segunda, com 23 quilômetro­s, é considerad­a intensa e leva dois dias para ser concluída, com pernoite acampando na mata. Os preços vão de R$ 220 a R$ 461 por pessoa em grupos de no mínimo 10.

Para os ciclo aventureir­os, são seis percursos, passando pela mata e suas comunidade­s locais, com distâncias entre 8,4 e 36,4 km e nível de dificuldad­e intermediá­rio. O próximo passeio, de 3h30, está marcado para 30 de outubro – leve a bike. Desde R$ 169 por pessoa.

Outra opção é o caiaque. O roteiro oferecido permite percorrer 9 km (4 de canoagem e 5 de lancha) da Represa do Porto Raso e é destinado até para quem nunca remou na vida – mas é preciso esforço. Inclui parada para banho na represa e numa cachoeira e almoço na comunidade Ribeirão da Anta.

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Vida. Figueiras centenária­s encantam visitantes; abaixo, muriqui e anta
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