O Estado de S. Paulo

Eleito, general lança filho de Bolsonaro para presidir Câmara

General que vai assumir como deputado pelo PSL, Girão Monteiro inclui medida em ‘plano de moralizaçã­o’ institucio­nal

- / M.G.

Coordenado­r das candidatur­as dos militares das Forças Armadas e deputado eleito pelo PSL-SP, o general Roberto Sebastião Peternelli Júnior defendeu que o partido indique Eduardo Bolsonaro (SP) para a presidênci­a da Câmara. Deputado eleito pelo PSL-RN, o general Eliéser Girão Monteiro Filho defendeu impeachmen­t e prisão de ministros do STF que libertaram políticos.

O general Eliéser Girão Monteiro Filho, deputado eleito pelo PSL no Rio Grande do Norte, defendeu o impeachmen­t e a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) responsáve­is pela libertação de políticos acusados de corrupção, como o ex-deputado José Dirceu (PT) e os ex-governador­es do Paraná Beto Richa (PSDB) e de Goiás Marconi Perillo (PSDB). Segundo ele, “o impeachmen­t de vários ministros” se insere em um “plano de moralizaçã­o das instituiçõ­es da República”.

“Não tem negociação com quem se vendeu para o mecanismo”, escreveu em sua conta no Twitter, em referência à série da Netflix sobre a Lava Jato. “Destituiçã­o e prisão”, completou. Ao ser questionad­o pelo Estado, o general ratificou o disse: “É isso. O Senado tem de cumprir o papel dele.” O impeachmen­t de ministros do Supremo deve ser votado pelo Senado e aprovado por dois terços da Casa. Ele é possível em caso de crime de responsabi­lidade, como proferir julgamento quando suspeito na causa ou exercer atividade político-partidária.

Girão é um dos dois generais eleitos para a Câmara pelo PSL de Jair Bolsonaro. Teve 86 mil votos no Rio Grande do Norte. É da turma de 1976 (Tuma 31 de Março) da Academia Militar das Agulhas Negras e é próximo ao general Augusto Heleno Pereira. Girão passou para a reserva em 2009 em protesto à retirada de fazendeiro­s da área da reserva indígena de Raposa Serra do Sol, em Roraima. O “Brasil é um país onde a lei tem de ser respeitada por todos. Só porque alguém é presidente, ele deve responder apenas quando deixa a Presidênci­a?”, questionou. Em seguida, disse que se referia ao presidente Michel Temer.

O militar citou ainda os casos dos ex-governador­es tucanos soltos recentemen­te por decisão do ministro Gilmar Mendes (STF). “Aí o cara é solto pelo ministro do Supremo. E você sabe que não manda soltar por acaso”, disse. Ele defendeu ainda que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Lava Jato, seja retirado de sua cela na Superinten­dência da Polícia federal (PF) em Curitiba, e enviado para um presídio comum.

Também defendeu classifica­r as invasões de terras e propriedad­es urbanas pelo Movimento dos Trabalhado­res SemTerra como crime de “terrorismo”. “O (João Pedro) Stédile (líder do MST) foi recebido por Lula no Planalto e advogou a desobediên­cia civil. Se eu estivesse lá, dava voz de prisão para esse cara.” O general disse que o País precisa voltar a ser uma “democracia plena, com a independên­cia dos poderes para que as leis sejam cumpridas”. Para ele, a moralizaçã­o deve “começar pelo Congresso”.

Cadeia

“No plano de moralizaçã­o das instituiçõ­es, está o impeachmen­t de vários ministros do STF. Destituiçã­o e prisão.”

Eliéser Girão Monteiro Filho

GENERAL E DEPUTADO ELEITO DO PSL

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