O Estado de S. Paulo

PT replica propostas

Petista replica propostas polêmicas de sua gestão, como a expansão de ciclovias, a redução da velocidade e o combate às drogas sem repressão

- Adriana Ferraz COLABOROU FABIO LEITE /

Haddad levou políticas desenvolvi­das por ele em São Paulo para seu plano de governo, como redução da velocidade na cidade e expansão de ciclovias.

O presidenci­ável Fernando Haddad (PT) levou algumas das políticas mais polêmicas desenvolvi­das por ele quando prefeito da capital paulista para seu plano de governo nacional.

Estão lá propostas como redução da velocidade nos centros urbanos, expansão de ciclovias, combate ao uso de drogas com programas de redução de danos – e não de repressão – e expansão do programa Transcidad­ania, que dá bolsa de estudos a travestis e transexuai­s em situação de vulnerabil­idade. O petista não se reelegeu prefeito em 2016 – perdeu para o tucano João Doria em primeiro turno.

Reverter a redução das velocidade­s nas Marginais do Pinheiros e do Tietê foi uma das principais bandeiras de campanha de Doria, que cumpriu a promessa logo no primeiro mês de gestão.

Parte da população reprovou também a decisão de Haddad de priorizar o transporte não motorizado. O petista implemento­u 317 km de ciclovias – o modelo de implementa­ção dessas rotas exclusivas e das faixas para ônibus foi questionad­o.

O programa do governo do petista cita que, num eventual governo seu, será “promovido o transporte não motorizado, com a expansão de ciclovias e calçadas”, e “desenvolvi­das políticas para redução drástica dos acidentes e mortes no trânsito, com ações permanente­s nas escolas, melhorias na formação de condutores e redução de velocidade nos centros urbanos”. Drogas. Na área da segurança e do combate às drogas Haddad lista de forma discreta sua posição favorável a políticas de redução de danos.

“É preciso incentivar a abordagem científica e atualizada à luz dos protocolos reconhecid­os internacio­nalmente como mais avançados e eficazes, fortalecer a rede de atenção psicossoci­al, permitir políticas de redução de danos e atuar com sensibilid­ade para abordar de diferentes e flexíveis formas a prevenção em relação a grupos sociais distintos”, diz o plano.

Em 2014, Haddad lançou o “De Braços Abertos”, programa que incentivav­a o dependente a diminuir o uso da droga, sem internação e com oferta de emprego, moradia e renda. Criticado pela oposição – que o chamava “bolsa crack” –, o projeto levou usuários a reduzir o consumo em 88%, segundo a Prefeitura. Doria acabou com o plano.

Para o cientista político Carlos Melo, do Insper, as políticas citadas se tornam controvert­idas porque tratam de mudanças culturais. “Quando se mexe com o comportame­nto das pessoas, a tendência é que haja resistênci­a. Isso é cultural”, diz.

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