Ex-líder da KKK elogia candidato, que repele o apoio
Ex-líder do grupo racista Ku Klux Klan (KKK) nos Estados Unidos, David Duke citou o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, em seu próprio programa de rádio, no dia 9. “Ele soa como nós”, disse Duke, comemorando o fato de o candidato ser um nacionalista. A fala foi revelada pela BBC Brasil e confirmada pelo Estado.
Pelo Twitter, Bolsonaro publicou duas mensagens, em português e em inglês, na qual afirma que recusa “qualquer tipo de apoio vindo de grupos supremacistas”. “Sugiro que, por coerência, apoiem o candidato da esquerda, que adora segregar a sociedade. Explorar isso para influenciar uma eleição no Brasil é uma grande burrice! É desconhecer o povo brasileiro, que é miscigenado.”
Duke começa dizendo que movimentos nacionalistas têm se espalhado pelo mundo “até em países que você nunca pensou”. “Ele é um descendente europeu. Ele se parece com qualquer homem branco na América, em Portugal, Espanha ou Alemanha e França ou Reino Unido. Ele está falando sobre o desastre demográfico que existe no Brasil e a enorme criminalidade que existe ali, como por exemplo nos bairros negros do Rio de Janeiro. Ele soa como nós. Ele também é um candidato muito forte. É um nacionalista.”
Duke chegou a ser um líder da Ku Klux Klan, organização que defende a supremacia dos brancos sobre os negros e judeus, e organizou linchamentos e outros atos criminosos no sul dos Estados Unidos. O grupo sobrevive nos EUA atualmente com variadas ramificações segregacionistas e contrárias às minorias.
No programa de rádio, David Duke demonstrou receio com a tentativa de Bolsonaro de adotar “algumas mesmas estratégias de Donald Trump (presidente dos Estados Unidos)” de aproximação do país com Israel. Duke é conhecido por declarações em que nega o holocausto e, antes de integrar o KKK, ganhou fama após aparecer vestindo um uniforme nazista. Duke sugeriu que os países adotem uma política “não pró-Israel, mas pró-Europa e pró-América”.