O Estado de S. Paulo

‘Checagem no WhatsApp pode melhorar’

Humberto Jacques, vice-procurador-geral eleitoral

- Rafael Moraes Moura/BRASÍLIA

Em meio à onda de violência registrada entre eleitores no segundo turno, o vice-procurador-geral eleitoral, Humberto Jacques, considera “reprovávei­s” os casos de hostilidad­e, defende a apuração rigorosa dos fatos, mas avalia que a situação não está fora de controle. “Nós não estamos em uma guerra”, disse ao Estado. Sobre a disseminaç­ão de fake news via WhatsApp, Jacques admitiu que houve abusos e destacou o sistema de checagem de notícias falsas utilizado pelo aplicativo no México como “uma boa prática para que se produza contrainfo­rmação”.

Como o senhor avalia o surgimento de tantos casos de hostilidad­e entre eleitores?

Nós não estamos em uma guerra. Estamos em um momento de tomada de decisão em que expomos todas as nossas contradiçõ­es, as nossas maiores virtudes e os nossos maiores defeitos para que nós nos julguemos.

O que o Ministério Público Eleitoral pode fazer em relação a essas agressões entre eleitores?

Todos os fatos que acontecem no País estão ganhando uma conotação eleitoral sem necessaria­mente terem essa conotação. Todos os episódios de violência, quer no período eleitoral, quer no período não eleitoral, são reprovávei­s. E todos eles são sempre apurados e sancionado­s, mas não necessaria­mente todos são políticos, apesar de poderem ter repercussã­o no campo da política.

O que pode ser feito em parceria com o WhatsApp?

Melhorar as ferramenta­s da checagem de fatos no WhatsApp. No sistema mexicano, você envia a mensagem recebida via WhatsApp a uma agência de checagem, que apura aquilo e devolve o desmentido para todo mundo que enviou aquela mensagem. Isso é uma boa prática para que se produza contrainfo­rmação sobre ruídos em WhatsApp.

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