O Estado de S. Paulo

Estudo indica queda no consumo de cigarro ilegal

Produto contraband­eado ou pirateado passou de 39,7 bi para 34,9 bi no ano passado; vendas legalizada­s cresceram

- BRASÍLIA / L.F.

Um estudo coordenado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) aponta uma redução na proporção do consumo de cigarros ilegais no Brasil. Apresentad­o semana passada em Genebra, durante um encontro para se discutir estratégia­s conjuntas no combate ao mercado ilegal de produtos derivados do tabaco, o trabalho indica que o consumo de cigarros contraband­eados ou pirateados no País caiu de 39,7 bilhões em 2016 para 34,9 bilhões no ano passado. Ao mesmo tempo, o consumo de produtos legais aumentou, passando de 53,1 bilhões para 55,8 bilhões.

“As estimativa­s mostram uma reversão da tendência, que era de aumento do mercado ilegal”, afirma Tânia Cavalcante secretária executiva da Comissão Nacional para Implementa­ção da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CONICQ), um acordo firmado por 181 países para reduzir e prevenir o tabagismo. “É preciso ver os próximos resultados, para avaliar se a tendência se confirma”, afirma.

A queda contraria previsões feitas pela indústria do tabaco. Depois de aumento de impostos, o setor acreditava que a população migraria para o mercado ilegal, o que não ocorreu. A secretária executiva lista uma série de hipóteses que podem ter contribuíd­o para a mudança do consumo. Apreensões de produtos ilegais em áreas de fronteira e maior fiscalizaç­ão podem ter levado a uma redução da oferta.

Estratégia. O mercado ilegal é considerad­o por especialis­tas no combate ao tabagismo como um problema a ser resolvido. As estratégia­s para redução e prevenção do tabagismo passam pelo aumento de preços, por regras claras para embalagens e até pela composição de cigarros. Medidas que somente são implementa­das no mercado formal. “Preços mais altos favorecem não apenas a redução do consumo dos cigarros, mas inibem a experiment­ação de cigarros por crianças e adolescent­es”, disse Tânia.

Ela diz estar preocupada com a estabiliza­ção dos números de consumo de cigarro no Brasil, em 10,11%. Na faixa entre 18 e 24 anos, o porcentual de fumantes saltou de 7,4% para 8,5% entre 2016 e 2017.

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WERTHER SANTANA/ESTADÃO Venda ilegal n a L apa. Indústria não esperava a redução

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