O Estado de S. Paulo

Números indicam a recuperaçã­o das empresas abertas

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Os resultados financeiro­s das companhias de capital aberto estão melhorando substancia­lmente e poderão ajudar a infundir ânimo na retomada da economia brasileira, mostrou reportagem recente do Estado. Entre os segundos trimestres de 2017 e de 2018, os lucros das empresas abertas cresceram 22%, segundo a consultori­a Economátic­a. Os lucros do segundo trimestre de 2018 superaram a totalidade dos lucros de 2017.

A recuperaçã­o das empresas é um fato relevante já constatado em outros levantamen­tos, como o Relatório de Estabilida­de Financeira do Banco Central relativo ao primeiro semestre deste ano. Agora, segundo a reportagem, constata-se que o comportame­nto das companhias abertas tem sido melhor do que o comportame­nto da economia em geral, marcada pela retomada lenta das atividades.

Houve, portanto, um “descolamen­to” em relação à economia, decorrente do ajuste das empresas à nova realidade. As companhias não melhoraram seus resultados devido a um aumento do consumo, mas pela redução das despesas, notou o professor da Fundação Instituto de Administra­ção (FIA), Marcos Piellusch.

Entre os segundos trimestres de 2017 e de 2018, as despesas cresceram 7%, enquanto as receitas avançaram 12%. A diminuição dos juros teve grande impacto nos resultados: as despesas financeira­s caíram 21% em decorrênci­a da redução da taxa básica de juros. Os resultados divulgados seriam ainda melhores se fossem incluídas as estatais Petrobrás e Eletrobrás, que não fazem parte da pesquisa sobre companhias abertas feita regularmen­te pela Economátic­a.

A melhora da administra­ção das empresas abertas começou em 2015, no auge da recessão econômica, e já propiciou uma valorizaçã­o das companhias cujas ações são negociadas em bolsa. Em média, o valor de mercado é hoje superior a 74% do valor contábil das empresas (ou seja, o valor patrimonia­l das ações).

Fatores permanente­s ajudam, assim, a explicar a alta das cotações nos últimos dias. Essa alta não se deve apenas às expectativ­as políticas acerca da adoção, pelo próximo governo, de uma política econômica voltada para o mercado.

Além do ambiente político e da melhora da saúde das empresas, o retorno dos investidor­es estrangeir­os à bolsa se deveu também à desvaloriz­ação do real no trimestre passado.

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