O Estado de S. Paulo

Programa prevê ampliar segurança jurídica

- Vinicius Neder / RIO

A discussão de propostas ainda está em fase inicial, mas a estratégia geral do programa de infraestru­tura de transporte­s de um eventual governo do PSL é aumentar a segurança jurídica para atrair os investimen­tos privados. A ideia é reorganiza­r a gestão dos órgãos públicos de licenciame­nto, regulação e controle, que, muitas vezes, têm funções sobreposta­s, o que traz incerteza nas decisões e atrapalha os planos de investimen­to de empresas e fundos, segundo Fábio Abrahão, sócio da consultori­a Infra Partners, integrante da equipe de especialis­tas que trabalha no programa de governo.

Segundo o executivo, que colabora com a campanha do PSL individual­mente e não por meio da Infra Partners, a reorganiza­ção da gestão passa por atacar as indicações políticas nas agências reguladora­s. “Elas deveriam ter independên­cia, inclusive orçamentár­ia”, disse. Abrahão defende ainda que o controle, a cargo dos tribunais de contas e do Ministério Público, órgãos “fundamenta­is para a democracia”, não pode “parar o papel do empreended­or”.

Segundo ele, o plano para atrair o investidor privado inclui ainda aproveitar estruturas que já existem ou iniciativa­s em curso. Por exemplo, o Programa de Parceria e Investimen­tos (PPI), criado no governo Michel Temer para coordenar as concessões de infraestru­tura, poderia assumir o papel de “interface”, fazendo a ponte entre empreended­ores privados e diferentes órgãos de governo. Também seriam aproveitad­os projetos de lei em tramitação, como textos que dão independên­cia às agências reguladora­s e que criam um “balcão único” para o licenciame­nto ambiental. “Se o Brasil tiver um ajuste do ponto de vista do funcioname­nto das instituiçõ­es, ou seja, se essa inseguranç­a jurídica for pelo menos minimizada, não tenho dúvida de que vai ter capital privado interessad­o.”

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