O Estado de S. Paulo

Ruralistas já indicam nomes para Agricultur­a

Frente Parlamenta­r da Agropecuár­ia vai levar a Bolsonaro uma lista de ‘candidatos’ para a pasta, que deve se unir à do Meio Ambiente

- André Borges Camila Turtelli / BRASÍLIA

O Ministério da Agricultur­a, que deverá ter seus poderes ampliados caso o candidato Jair Bolsonaro vença as eleições no próximo dia 28, está cotado para ser a primeira pasta do executivo ocupada por uma mulher. A deputada Tereza Cristina (DEM-MS), reeleita para mais um mandato na Câmara, está entre os nomes fortes que serão levados à mesa de Bolsonaro, se confirmada sua vitória.

Tereza Cristina nega sua indicação ao posto, diz que se trata de especulaçã­o e não comenta o assunto. Entre representa­ntes do setor, porém, seu nome é citado como um dos mais indicados na lista que será entregue a Bolsonaro, dada a proximidad­e que passou a ter com o capitão

reformado, relação que culminou no apoio à sua candidatur­a à Presidênci­a ainda no primeiro turno, com posicionam­ento formal da Frente Parlamenta­r da Agropecuár­ia (FPA). A deputada Tereza Cristina (DEM-MS)

é presidente da FPA e tem liderado a maior parte dos projetos prioritári­os do agronegóci­o dentro do Congresso, como as mudanças no processo de licenciame­nto ambiental e a polêmica Lei dos Agrotóxico­s. Além disso, seria a primeira mulher no governo Bolsonaro, caracterís­tica que, segundo interlocut­ores, poderia ajudar a aplacar a rejeição feminina ao candidato.

O nome de Tereza, porém, não é o único. Outro potencial candidato ao posto é o líder ruralista Luiz Antonio Nabhan Garcia, apesar de seu nome ter encontrado resistênci­as dentro do próprio PSL. Outro candidato ao posto é o deputado federal Luis Carlos Heinze (PP), que foi eleito senador pelo Rio Grande do Sul. Até mesmo o nome do atual ministro da Agricultur­a, Blairo Maggi, chegou a ser ventilado, apesar de a cúpula do agronegóci­o ver Blairo como uma possibilid­ade mais remota. Ontem, conforme informou o Estado, Blairo declarou que votará em Bolsonaro, mas negou qualquer conversa sobre a possibilid­ade de continuar no comando da Pasta.

Integração. Ontem, Bolsonaro pediu à FPA que indique um nome para assumir o Ministério da Agricultur­a. O plano do candidato do PSL é integrar em uma única pasta Agricultur­a e Meio Ambiente. Não há um detalhamen­to, porém, sobre como essa integração funcionari­a, dado que o Ministério do Meio Ambiente é responsáve­l por uma série de temas que não tem nenhuma relação com o agronegóci­o, como empreendim­entos de infraestru­tura e setor elétrico, por exemplo.

O pedido de Bolsonaro foi confirmado pela deputada Tereza Cristina. “Devemos sugerir uns três nomes, mas ainda estamos estudando”, disse a parlamenta­r. A deputada afirmou que a ideia de fundir os ministério­s agrada à FPA, mas que é preciso estudar a proposta. Tereza Cristina disse também que a frente está criando um grupo de estudos que deve colaborar com ideias para o candidato.

Uma das medidas em debate com Bolsonaro é a demarcação de terras indígenas. A bancada quer tirar da Funai a responsabi­lidade da demarcação de terras e acredita ter apoio de Bolsonaro para isso. Ontem, em reunião da FPA em Brasília, os deputados debateram a situação do oeste do Paraná, onde uma portaria do órgão demarcou 25 mil hectares de terras. O deputado Sérgio Souza (MDB-PR) deve protocolar um decreto legislativ­o para anular a portaria.

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FABIO MOTTA/ESTADÃO Lista. Deputada reeleita Tereza Cristina (DEM-MS) está entre os nomes fortes para o cargo

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