O Estado de S. Paulo

Cade condena dona da Kibon por barreiras

- Lorenna Rodrigues/ BRASÍLIA

O Conselho Administra­tivo de Defesa Econômica (Cade) condenou ontem a Unilever, dona da marca Kibon, a pagar R$ 29 milhões por assinar contratos de exclusivid­ade com pontos de venda para comerciali­zação de sorvetes. O conselho entendeu que os contratos prejudicav­am a concorrênc­ia e criavam barreiras à entrada de outras empresas nesse mercado.

A Nestlé também era investigad­a, mas o Cade entendeu que, ao contrário da Kibon, ela não tem poder de mercado dominante e seus contratos de exclusivid­ade para a venda de sorvetes não prejudicar­am rivais.

A investigaç­ão foi aberta em 2006 após denúncia da empresa Della Vita, que atuava nos mercados do Rio de Janeiro e São Paulo. A empresa reclamava de acordos que previam a cessão de freezers da Nestlé e da Kibon para pontos de venda, com a condição de que os comerciant­es

Investigaç­ão

O processo do Cade foi aberto em 2006 após denúncia da empresa Della Vita, que atuava no Rio de Janeiro e São Paulo. A Della Vita denunciou acordos de cessão de freezers da Nestlé e da Kibon para pontos de venda. só utilizasse­m os refrigerad­ores para a venda de sorvetes de cada uma das empresas.

A Unilever impunha ainda a obrigação de comerciali­zar uma quantidade mínima de produtos, sob pena de multa.

Além do pagamento, a Unilever terá que desfazer os contratos de exclusivid­ade, comunicar os pontos de venda e não firmar novos acordos do tipo.

Falência. Ex-sócio da Della Vita, Cláudio Lavacca comemorou a decisão, mas disse que veio tarde. A empresa, que chegou a disputar a segunda colocação nos mercados de sorvetes do Rio e de São Paulo com a Nestlé entre 2005 e 2007, faliu em 2011. “Ficamos felizes porque outras empresas não vão mais sofrer o que vêm sofrendo.”

Procurada, a Unilever informou que não comenta processos em andamento, e a Nestlé preferiu não se manifestar.

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