O Estado de S. Paulo

Economia cresce 0,47% em agosto, afirma BC

Prévia do PIB calculada pelo Banco Central veio acima das expectativ­as dos economista­s; esse foi o terceiro avanço mensal consecutiv­o

- Eduardo Rodrigues / BRASÍLIA COLABORARA­M CAIO RINALDI E MARIA REGINA SILVA

Após o tombo da economia com a greve dos caminhonei­ros no fim de maio, o ritmo da atividade econômica cresceu pelo terceiro mês consecutiv­o, de acordo com o Banco Central. O IBC-Br, indicador calculado pela autoridade monetária que equivale a uma prévia do resultado do Produto Interno Bruto (PIB), registrou alta de 0,47% em agosto.

O resultado, superior ao desempenho esperado pelo mercado e somado à alta de 0,65% no indicador em julho, animou os especialis­tas em relação ao cresciment­o que a economia terá no terceiro trimestre deste ano. O PIB entre julho e setembro só será divulgado pelo IBGE em 30 de novembro, mas alguns bancos já começaram a alterar suas projeções.

O Bradesco, por exemplo, elevou sua estimativa de alta do PIB do terceiro trimestre de 0,30% para 0,50%. “O IBC-Br e outros indicadore­s de atividade divulgados anteriorme­nte sugerem um cresciment­o do PIB do terceiro trimestre superior ao esperado anteriorme­nte”, explicou em nota o banco. A instituiçã­o, no entanto, mantém a previsão de alta de 1,10% para o PIB de 2018. Já a projeção atual do BCl para a atividade doméstica em 2018 é de avanço de 1,4%.

“O resultado (do IBC-Br) é importante e vai reforçando a ideia de que o terceiro trimestre será melhor que os anteriores. Os dados de atividade do período indicam isso”, disse o economista do Itaú Unibanco, Artur Passos.

PIS/Pasep. Conforme o economista, a indicação é que os dados de atividade de agosto foram influencia­dos pela liberação dos recursos do PIS/Pasep. Por ora, o banco mantém estimativa de cresciment­o de 0,6% para o PIB do terceiro trimestre. “Contudo, esse desempenho não muda a visão de que a retomada ainda continua fraca”, disse Passos.

“Apesar da sinalizaçã­o de um terceiro trimestre melhor, ainda há fatores que limitam a retomada. O desemprego segue elevado, as empresas estão arrumando a situação financeira”, disse Thiago Xavier, economista da consultori­a Tendências. Para a consultori­a, o cresciment­o do terceiro trimestre deve ficar em 0,3% e do ano, 1,20%.

Para a economista Natalia Cotarelli, do banco ABC Brasil, a maioria dos indicadore­s surpreende­u positivame­nte em agosto, mas por conta de efeitos pontuais que não altearam o cenário de retomada da economia ainda lenta. “Se os dados de setembro vierem melhores, podemos elevar a estimativa para o ano, mas acho difícil. Há uma recuperaçã­o ainda modesta do mercado de trabalho e a confiança de empresário­s e consumidor­es está baixa”, afirma Natalia.

O banco trabalha com projeção de 0,3% de alta para o terceiro trimestre e de 1% para o ano. Na opinião da economista, só a definição eleitoral já poderá permitir um cresciment­o maior do PIB em 2019, para o qual espera 2,5%./

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