O Estado de S. Paulo

Deputados campeões de voto rendem R$ 230 mi a partidos

Somente Eduardo Bolsonaro e Joice Hasselmann renderão R$ 110 milhões ao PSL; verba vem do Fundo Eleitoral

- Daniel Bramatti

Os dez deputados federais mais votados do País não ajudaram apenas seus partidos a aumentar as bancadas na Câmara. Em conjunto, eles vão render cerca de R$ 230 milhões às siglas ao longo de quatro anos. Os recursos são do Fundo Partidário, que banca as atividades e a estrutura dos partidos políticos, além de parte dos gastos eleitorais. As verbas vêm da União e são distribuíd­as proporcion­almente aos votos que cada legenda recebe. Eduardo Bolsonaro e Joice Hasselmann, os deputados mais votados do País (ambos por São Paulo), vão render R$ 110 milhões ao PSL. Somados, eles receberam 2,9 milhões de votos, ou 3% do total no País. Celso Russomanno (PRB-SP) teve mais de 500 mil votos. Esse desempenho renderá ao PRB quase R$ 20 milhões em quatro anos.

Os paulistas que teclaram na urna eletrônica os números de Eduardo Bolsonaro ou Joice Hasselmann – os dois candidatos a deputado federal mais votados do País – assinaram também um cheque de pelo menos R$ 110 milhões em recursos públicos para o PSL, o partido da dupla. O dinheiro será recebido ao longo dos próximos quatro anos.

Em conjunto, os dez deputados federais mais votados do País valerão cerca de R$ 230 milhões – se eles fossem um partido, ficariam em terceiro lugar no ranking do recebiment­o de verbas públicas. Cada voto recebido por esses parlamenta­res significar­á um ingresso de R$ 38 nas contas de seus partidos durante o mandato.

Os recursos são os do Fundo Partidário, que bancam as atividades e a estrutura dos partidos políticos, além de parte dos gastos eleitorais. As verbas vêm do Orçamento da União e são distribuíd­as proporcion­almente aos votos que cada legenda recebe na eleição para a Câmara dos Deputados.

Somados, Eduardo e Joice receberam 2,9 milhões de votos, o que equivale a 3% do total para deputado federal em todo o País – incluindo a votação de legenda. Isso é mais do que o total destinado a 24 partidos, entre eles PSOL, Novo, Podemos, PROS e PTB.

Por causa da avalanche de votos, os dois deputados serão responsáve­is por um quarto dos recursos do Fundo Partidário que o PSL receberá. Eles valerão R$ 27,6 milhões em 2019 e R$ 110 milhões ao longo de quatro anos.

As estimativa­s levam em conta o montante distribuíd­o pelo Fundo Partidário neste ano – entre 2019 e 2022, o valor pode aumentar, o que elevaria ainda mais o peso monetário de cada voto recebido. Além disso, a votação dos partidos tem peso na distribuiç­ão do Fundo Eleitoral – outra “torneira” de dinheiro público que é aberta de dois em dois anos.

Os chamados puxadores de votos, portanto, não apenas ajudam os partidos a ampliar suas bancadas na Câmara, mas também enchem de dinheiro os cofres das legendas.

No caso do PSL, não apenas Eduardo Bolsonaro e Joice Hasselmann deram forte contribuiç­ão. Hélio Fernando Barbosa Lopes, subtenente do Exército, integra o mesmo partido e foi eleito no Rio com 345 mil votos – oitava maior marca de todo o País. Em quatro anos, os votos dele renderão R$ 13 milhões para a legenda.

Promoção. Partido nanico até recentemen­te, o PSL receberá, em 2018, menos de 1% do Fundo Partidário. A partir do ano que vem, essa parcela será multiplica­da por 12. O partido foi beneficiad­o pela votação do presidenci­ável Jair Bolsonaro e pela populariza­ção do número 17, que identifica tanto o candidato ao Palácio do Planalto quanto a legenda na urna eletrônica.

Outros partidos que aparecem

no ranking dos dez candidatos a deputado mais votados são PRB, DEM, PSB, PR, Novo, PSOL e Avante.

Celso Russomanno, do PRB, recebeu mais de 500 mil votos em São Paulo. Essa parcela renderá ao partido quase R$ 20 milhões

em quatro anos.

Kim Kataguiri, líder do Movimento Brasil Livre (MBL) e eleito pelo DEM, recebeu 465 mil votos, também em São Paulo. Essa votação dará ao partido direito a cerca de R$ 17,5 milhões entre 2019 e 2022.

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FONTE: ESTADÃO DADOS INFOGRÁFIC­O/ESTADÃO
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