O Estado de S. Paulo

TSE inicia investigaç­ão

Ação foi aberta após denúncia de compra de pacote de disparos de informaçõe­s em larga escala contra o PT

- BRASÍLIA / A.P. e B.P.

O corregedor nacional da Justiça Eleitoral, Jorge Mussi, abriu ação para que sejam investigad­as as acusações de que empresas compraram pacotes de disparos de mensagens no WhatsApp contra Fernando Haddad (PT).

O corregedor nacional da Justiça Eleitoral, ministro Jorge Mussi, abriu ontem ação de investigaç­ão judicial pedida pelo PT para que sejam apuradas as acusações de que empresas compraram pacotes de disparos em larga escala de mensagens no WhatsApp contra a legenda e a campanha de Fernando Haddad à Presidênci­a.

Mussi concedeu prazo de cinco dias para que o presidenci­ável do PSL, Jair Bolsonaro, seu vice, Hamilton Mourão (PRTB), o empresário Luciano Hang, da Havan, e mais dez sócios das empresas apontadas na ação apresentem defesa no processo, se desejarem.

O ministro rejeitou o pedido do PT de realização de busca e apreensão de documentos na sede da empresa Havan – que teria comprado o serviço, segundo o jornal Folha de S.Paulo – e na residência de Hang. Mussi também negou determinar que o WhatsApp suspenda o “disparo em massa de mensagens ofensivas ao candidato Fernando Haddad”.

“Observo que toda a argumentaç­ão desenvolvi­da pela autora está lastreada em matérias jornalísti­cas, cujos elementos não ostentam aptidão para, em princípio, nesta fase processual de cognição sumária, demonstrar a plausibili­dade da tese em que se fundam os pedidos e o perigo de se dar o eventual provimento em momento próprio”, argumentou Mussi, ao decidir sobre os pedidos de buscas e apreensão. O ministro deixou para analisar futurament­e outra parte do pedido, de quebra dos sigilos bancário, telefônico e telemático dos citados e de tomada de depoimento deles.

Na quinta-feira, o PT pediu ao TSE que apure suposto abuso de poder econômico para favorecer a campanha de Bolsonaro e o declare inelegível. A sigla alega que a campanha do oponente se aproveita da disseminaç­ão de notícias falsas e que “não é crível atribuir apenas à militância orgânica” dos adversário­s a capacidade de difundir fake news nas redes sociais. Bolsonaro nega as acusações.

Adiamento. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) adiou uma entrevista marcada para ontem para prestar esclarecim­entos sobre suspeitas de irregulari­dades nas campanhas eleitorais. A Corte Eleitoral tem sido cobrada por partidos a dar respostas para as acusações de que empresas compraram pacotes de disparos em larga escala de mensagens no WhatsApp contra a campanha de Haddad.

A entrevista, que havia sido marcada na quinta-feira pela equipe da presidente da Corte Eleitoral, Rosa Weber, foi cancelada poucas horas antes, em mais um sinal do clima de desencontr­o que tomou o tribunal na reta final da campanha. Uma reunião fechada entre integrante­s do TSE e da Polícia Federal ocorreu no mesmo horário em que a entrevista estava prevista.

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