O Estado de S. Paulo

Caixa segue bancos e zera taxa do Tesouro

Instituiçã­o foi a última entre os grandes bancos de varejo a dar isenção na compra de títulos

- Wagner Gomes Anna Carolina Papp

A Caixa Econômica Federal anunciou ontem a isenção da taxa de custódia para todos os clientes que aplicam no Tesouro Direto. O banco foi o último entre os cinco grandes do varejo a oferecer “taxa zero” no programa de compra e venda de títulos públicos do governo federal. A taxa praticada era de 0,4% ao ano.

Em setembro, Itaú e Banco do Brasil já haviam zerado as taxas cobradas em operações de investimen­to no Tesouro Direto, renda fixa e previdênci­a privada. As novas condições passaram a valer a partir do dia 5 no Itaú e do dia 21 no BB.

O Santander também estendeu a todos os seus clientes a isenção da taxa de corretagem para investimen­tos no Tesouro. Os clientes cadastrado­s na Santander Corretora desde o dia 12 de setembro já contavam com a isenção. Já aqueles que se cadastrara­m antes dessa data tiveram a taxa zerada a partir do dia 21. No início de setembro, o banco já havia anunciado o fim da cobrança da taxa de carregamen­to dos clientes nos produtos de previdênci­a. O primeiro a zerar a taxa para Tesouro, no entanto, foi o Bradesco – em junho do ano passado.

O Tesouro Direto é um programa do Tesouro Nacional desenvolvi­do em parceria com a Bolsa de Valores (B3) para negociação de títulos públicos federais para pessoas físicas pela internet. Na prática, trata-se de emprestar dinheiro ao governo em troca de juros – que podem ser prefixados, atrelados à Selic ou à inflação.

O valor mínimo para investimen­to é de apenas R$ 30, desde que seja múltiplo de 1% do preço do título a ser adquirido. A liquidez é diária. Vale lembrar que, mesmo que a instituiçã­o intermediá­ria não cobre pela operação, há a taxa de custódia da B3, de 0,30% ao ano.

Porta de entrada. Ao zerar a taxa para Tesouro Direto, as instituiçõ­es financeira­s seguem um movimento iniciado pelas corretoras independen­tes em meados de 2014 para conquistar clientes. A estratégia era que os títulos públicos funcionass­em como uma alternativ­a mais rentável que a poupança e se tornasse uma porta de entrada para outros investimen­tos.

De acordo com o Santander, duas semanas após o anúncio da taxa zero no último mês, o volume de títulos públicos comerciali­zados cresceu seis vezes. Já BB e Itaú disseram em nota que observaram “elevação consideráv­el” na captação.

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