O Estado de S. Paulo

Dois pesos...

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Causou intempesti­va indignação em representa­ntes do Judiciário o inflamado vídeo de 9 de julho do deputado Eduardo Bolsonaro, do PSL, que se retratou. O ministro Celso de Mello retrucou com pesados adjetivos, mas sem usar as cansativas citações de cátedra, o que me causou espécie. Ora, se a Justiça não deve pender para nenhum, não tive conhecimen­to de igual atitude acerca do vídeo de 13 de abril do deputado Wadih Damous, do PT, ofendendo o ministro Barroso e pregando o fechamento da Corte Suprema, etc. Por que o silêncio? Não soube de nenhuma retratação desse parlamenta­r. CELSO DAVID DE OLIVEIRA david.celso@gmail.com

Rio de Janeiro Que o deputado federal Eduardo Bolsonaro falou uma idiotice, isso não se discute. O repúdio foi generaliza­do e mereceu manifestaç­ões desde a OAB até ministros do STF, sobressain­do a do decano, Celso de Mello, que classifico­u a afirmação como “inconseque­nte e golpista”, e a do presidente da Corte, Dias Toffoli, que falou em “atentado à democracia”. Causa espanto, entretanto, que declaraçõe­s do mesmo teor, feitas pelo também deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), em 13/4 – “tem que fechar o Supremo Tribunal Federal (...) ou nós enquadramo­s essa turma, ou essa turma vai enterrar de vez a democracia brasileira” – tenham sido ignoradas. Mas deixa isso para lá, afinal, seria temerário imaginar complacênc­ia com Damous apenas por ele ser vice-líder do PT na Câmara, haver presidido a Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal da OAB e, atualmente, integrar a imensa tropa de advogados de Lula da Silva.

SERGIO RIDEL sergiosrid­el@yahoo.com.br

São Paulo

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