O Estado de S. Paulo

Ex-secretário de Doria declara apoio à candidatur­a de França

Próximo do ex-prefeito, Anderson Pomini diz que ele deveria ter ficado no cargo; ‘homem público precisa ter palavra’

- Pedro Venceslau Fabio Leite

Um dos mais próximos auxiliares de João Doria (PSDB) na Prefeitura de São Paulo, o advogado Anderson Pomini, ex-secretário municipal da Justiça do tucano, declarou ontem o apoio ao governador Márcio França, candidato do PSB ao Palácio dos Bandeirant­es.

A decisão foi mais um capítulo no jogo de forças nos bastidores do partido. Apesar de não ser filiado ao PSDB, Pomini foi pressionad­o por setores da legenda a se unir a França.

Há no interior do Estado uma migração de prefeitos tucanos para a campanha do pessebista. Muitas deles foram clientes de Pomini, que é especialis­ta em direito eleitoral.

“Um homem público precisa ter palavra e cumprir seus compromiss­os, por isso vou votar no França. E não estou só, pois muita gente do próprio PSDB também o apoia”, disse Pomini ao Estado.

O advogado, que coordenou a área jurídica da campanha de Doria à Prefeitura em 2016, também afirmou que o candidato do PSDB ao governo paulista deveria ter terminado o mandato.

“Tenho respeito por ele, mas acho que Doria deveria ter terminado

“Um homem público precisa ter palavra. Por isso vou votar no França. Muita gente do PSDB me pediu para apoiá-lo. Grande parte do partido está com ele.” Anderson Pomini

ADVOGADO

o mandato para concluir seu compromiss­o com a população de São Paulo”, disse.

Debandada. Em 8 de outubro, dia seguinte ao primeiro turno da eleição, a executiva municipal do PSDB decidiu expulsar o ex-governador Alberto Goldman, o secretário estadual de Governo, Saulo de Castro, e mais 15 tucanos por infidelida­de partidária.

Desafeto de Doria, Goldman tem publicado vídeos contra o ex-prefeito e não escondeu a preferênci­a por Paulo Skaf (MDB) no primeiro turno.

A decisão sobre as expulsões, porém, foi desautoriz­ada pela direção nacional executiva do PSDB, que é presidido pelo exgovernad­or Geraldo Alckmin, candidato derrotado da legenda à Presidênci­a.

Em agenda de campanha no sábado, na região de Parelheiro­s, na zona sul de São Paulo, Doria minimizou a debandada de tucanos. “É bom que fiquem com Márcio França, inclusive depois da nossa vitória. As esquerdas se unem”, disse o candidato.

Entre os prefeitos do PSDB que trocaram Doria por França estão Paulo Alexandre Barbosa, de Santos, Ademir Lindo, de Pirassunun­ga, e Fábio Marcondes, de Lorena.

Procurada, a assessoria de Doria disse que ele não comentaria as declaraçõe­s de Pomini.

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HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO–27/10/2016 Prefeitura. Pomini foi secretário municipal da Justiça

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