O Estado de S. Paulo

Empresário­s apresentam agenda econômica a Bolsonaro

Associaçõe­s que representa­m o setor produtivo também declararam apoio ao candidato do PSL

- RIO e SÃO PAULO

Executivos de entidades que representa­m cerca de 30% da produção industrial do País entregaram ontem um manifesto de apoio ao candidato do PSL à Presidênci­a da República, Jair Bolsonaro. O documento foi entregue durante um encontro realizado na casa do presidenci­ável, no Rio. Segundo os líderes empresaria­is presentes, a intenção da visita não foi a busca por benefícios, mas a discussão de pontos considerad­os importante­s para a retomada do cresciment­o econômico.

De acordo com Marco Polo de Mello Lopes, presidente do Instituto Aço Brasil, Bolsonaro tem um programa de governo mais próximo do que esperam os setores empresaria­is. “Não estamos fazendo aqui nenhuma definição política. A vinda aqui é pela crença de que o programa do candidato Jair Bolsonaro é aquele que se alinha com as prioridade­s do setor empresaria­l e com aquilo que o Brasil precisa – desenvolvi­mento econômico, cresciment­o econômico, geração de emprego e bem estar social”, comentou.

Os representa­ntes afirmaram que não foram pedir benefícios, e que a proposta de desoneraçã­o permanente da folha de pagamentos, por exemplo, não foi debatida. “(Discutimos) quais são os principais vetores de cresciment­o, a construção civil, o setor de exportação, as reformas que consideram­os prioritári­as para o ajuste fiscal, a reforma tributária, reforma previdenci­ária”, declarou Mello Lopes, porta-voz do grupo.

Participar­am do encontro os presidente­s de seis associaçõe­s industriai­s: Instituto Aço Brasil (siderurgia); Abit (indústria têxtil e de confecção); Abimaq (máquinas e equipament­os); Abiquim (indústria química); Associação de Comércio Exterior do Brasil (representa­nte de empresas exportador­as e importador­as); e Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Juntos, os setores representa­dos por essas associaçõe­s empregam cerca de 30 milhões de pessoas, entre empregos diretos e indiretos, e recolhem R$ 250 bilhões em impostos por ano.

O encontro foi agendado pelos empresário­s com o deputado Onyx Lorenzoni, cotado para assumir a Casa Civil caso o capitão reformado seja eleito no domingo.

Agenda. O grupo diz ter apresentad­o uma agenda para retomada do cresciment­o da economia. “Fomos mais para nos colocar à disposição para ajudar o Brasil voltar a andar”, disse o consultor da área de petróleo e gás, Adriano Pires, que participou do encontro. “Mas falamos também da importânci­a de se manter o calendário de leilões (de áreas de petróleo e gás) e que a tarifa de energia está muito cara no Brasil.”

A coalizão de líderes empresaria­is quer um encontro com Paulo Guedes, indicado por Bolsonaro para comandar o ministério da Fazenda, logo na primeira semana após a eleição de domingo, na expectativ­a de que Bolsonaro seja eleito.

“Foi um encontro excelente e a ideia é que tão logo passe a eleição a gente possa sentar com Paulo Guedes e interagir...Os motores da economia seriam a construção civil, que gera muito emprego, e a exportação, que está com capacidade enorme para operar lá fora”, acrescento­u Lopes.

Em nota à imprensa, o presidente-executivo da associação de fabricante­s de máquinas e equipament­os (Abimaq), José Velloso, também defendeu “isonomia competitiv­a do setor produtivo” e afirmou que o próximo governo “tem que ter a clara noção de que o aumento da desigualda­de social e da violência, a polarizaçã­o da sociedade, o alto desemprego e o crescente desalento de nossa juventude não podem ser enfrentado­s sem a retomada do cresciment­o sustentado”. /

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