O Estado de S. Paulo

Usinas no PR e em SP vão transforma­r lixo orgânico em biogás

Projetos apoiados pela iniciativa europeia Low Carbon aplicam técnicas já usadas em países como Alemanha e Dinamarca para melhorar gestão de resíduos no País

- /E.G

Um dos preceitos básicos da política nacional de resíduos sólidos é evitar com que mais e mais lixo fique acumulado nos aterros sanitários. Essa é uma das linhas de atuação de projetos encampados pelo Low Carbon Business Action, uma iniciativa da União Europeia em parceria com pequenas e médias empresas brasileira­s para apoiálas na transição para tecnologia­s de baixo carbono.

“Os três objetivos macro são gerar um investimen­to da ordem de 300 milhões de euros no Brasil, baixar a emissão de gases de efeito estufa ao redor de 18,5 milhões de toneladas ao ano e, também, promover a geração de 1.300 empregos”, afirma Mercedes Blázquez, líder do Low Carbon no Brasil.

Dos quase 300 projetos discutidos ao longo das rodadas de negociação em três anos, cerca de 52% é da área de resíduos sólidos. O projeto uniu ideias brasileira­s, que precisavam ser desenvolvi­das, com tecnologia­s já testadas e em uso na Europa. “Mas também recebemos projetos na área de energias renováveis e de agricultur­a, atrelados à floresta”, diz Mercedes.

Um dos exemplos, em fase de implementa­ção, está sendo desenvolvi­do em Curitiba (PR). Com base em uma tecnologia alemã, o Ceasa da capital paranaense vai montar uma usina de biogás. A energia que será usada pela própria instituiçã­o virá dos restos de alimento coletados no Ceasa e em outro locais. Segundo Mercedes, o projeto

engloba o trabalho de catadores de lixo da região. “É um modelo que se aproxima da economia circular (leia mais sobre o assunto na pág. 8).”

Outro projeto nessa linha está sendo desenvolvi­do em São Paulo com tecnologia dinamarque­sa. A ideia é que um dos aterros da região metropolit­ana, administra­do pela Ecourbis, também ganhe uma usina de biogás, que será alimentada pela parte orgânica do lixo coletado em São Paulo. O método importado da Escandináv­ia facilita a separação das fases orgânicas e inorgânica­s dos resíduos sólidos que chegam ao aterro.

“O potencial deste projeto, que deverá ser implementa­do em até dois anos, é enorme. Se ele funcionar bem em um dos dez maiores aterros de São Paulo, ele poderá ser replicado para outros 35 aterros”, afirma Mercedes. No caso, há tanto o ganho econômico, quanto o social e o ambiental.

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Transforma­ção. Restos de alimentos vão virar energia

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