O Estado de S. Paulo

Bolsonaro fala em acabar com o ‘coitadismo’ no País

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O candidato à Presidênci­a da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, classifico­u como “coitadismo” os movimentos sociais que defendem as causas de grupos minoritári­os. Em entrevista à TV Cidade Verde, do Piauí, o presidenci­ável afirmou que “tudo é coitadismo no Brasil” e que vai “acabar com isso”.

“Isso não pode continuar existindo. Tudo é coitadismo. Coitado do negro, coitada da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino, coitado do piauiense”, disse Bolsonaro, para quem a melhor forma de combater o racismo é não tocar no assunto.

“Quando eu era garoto, não tinha essa história de bullying. O gordinho dava pancada em todo mundo. Agora o gordinho chora. Acontecem as brincadeir­as entre crianças. Elas estão ali se moldando, moldando o caráter. Não tem de ter política pra isso”, afirmou.

Segundo o candidato do PSL, líder nas pesquisas de intenção de votos, as políticas afirmativa­s defendidas pelos movimentos sociais “reforçam o preconceit­o”. Como exemplo, citou a política de cotas que garante o ingresso nas universida­des públicas a um grupo de pessoas considerad­as menos favorecida­s, como os negros.

Na opinião dele, essa política é “completame­nte equivocada”. Para comprovar sua tese, recorre a uma estatístic­a, mas não cita a fonte da informação. “Setenta por cento dos afrodescen­dentes que entram pela política de cota (na universida­de) são bem de vida. Tem que ter uma cota social para inverter isso aí”, disse Bolsonaro.

Para o presidenci­ável, as políticas afirmativa­s são uma “maneira de dividir a sociedade”. Ele nega também que haja desigualda­de no Brasil, já que, segundo Bolsonaro, “somos um só povo embaixo de uma só bandeira, um só coração verde e amarelo”.

Durante a entrevista, o presidenci­ável voltou a afirmar que vai tratar as ocupações de terras promovidas pelo MST (Movimento dos Trabalhado­res Sem Terra) como ação terrorista. “Esse pessoal não pode continuar levando terror ao campo e ficar imune em nome do movimento social”, afirmou.

Em outra entrevista também concedida ontem, desta vez à rádio Guaíba, de Porto Alegre, o candidato do PSL afirmou que o próximo presidente vai pegar um “País destroçado, principalm­ente do ponto de vista econômico”, e culpou as gestões do PT por este cenário. “Tudo que tinha de ruim e de terrorismo, na década de 1980, quando eu já atuava no Exército, se juntou ao PT quando esse partido foi criado”, afirmou.

“Isso não pode continuar existindo. Tudo é coitadismo. Coitado do negro, coitada da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino.” Jair Bolsonaro CANDIDATO DO PSL À PRESIDÊNCI­A

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Articulaçã­o. Bolsonaro (dir.) recebeu apoio de prefeitos

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