O Estado de S. Paulo

9 mi tiveram problemas ao usar biometria

- Amanda Pupo

Cerca de 9 milhões (12,21%) de eleitores que tiveram de usar a biometria no primeiro turno não conseguira­m ser imediatame­nte identifica­dos no momento da votação, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O número compreende quem votou sem a biometria porque não conseguiu completar o processo e o eleitor que, após tentativas, obteve sucesso na identifica­ção.

Apontada como uma das causas das filas enfrentada­s pelos eleitores no último dia 7, a identifica­ção biométrica atingiu neste ano metade do eleitorado brasileiro – 73,7 milhões de pessoas. Na eleição presidenci­al anterior, há quatro anos, o número era expressiva­mente menor, cerca de 21,1 milhões de eleitores. Em nota, o TSE afirmou que considera “aceitável” o volume de pessoas que tiveram problema com a biometria no primeiro turno, e que a modalidade existe para trazer “mais segurança ao processo eleitoral, e não maior agilidade”.

A aposta do TSE é de que as filas no segundo turno do pleito, amanhã, devem diminuir. Se, no primeiro turno, o eleitor precisou digitar 19 números, para seis candidatos, neste domingo ele precisarád­igitar,nomáximo,quatro números – para presidente da República e, em alguns casos, para governador, nos locais com segundo turno no executivo estadual. Além disso, o TSE informou queosmesár­iosreceber­ammaterial informativ­o contendo orientaçõe­s sobre a forma correta de coletar a digital do eleitor, além de apontament­os quanto à ordem de votação no segundo turno – primeiro, governador e, depois, o número para presidente.

Questionad­o sobre os motivos das falhas que envolvem a identifica­ção biométrica, o TSE citou a qualidade da biometria coletada no registro do eleitor, as caracterís­ticas particular­es das digitais de cada votante, assim como a forma como algumas impressões digitais foram cadastrada­s por meio de convênios.

No Rio, um convênio entre o Detran-RJ para aproveitam­ento de dados biométrico­s do banco de identifica­ção civil foi apontado como uma das causas das longas filas formadas no primeiro turno da votação. Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Rio, cerca de 3,2 milhões de eleitores que tiveram seus dados aproveitad­os pela parceria foram identifica­dos biometrica­mente.

A medida será mantida no segundo turno, informa o TRE. “É importante destacar que, no segundo turno, esses eleitores, bem como aqueles que já fizeram ocadastron­aJustiçaEl­eitoral,serão novamente identifica­dos por meio de suas digitais no momento da votação. Em qualquer caso, se as digitais não forem reconhecid­as após quatro tentativas, o mesário, utilizando sua própria digital, liberará o acesso do eleitor à urna eletrônica.”

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil