O Estado de S. Paulo

Lava Jato em SP investiga vice da Guiné

- / LUIZ

O procurador-chefe do Ministério Público Federal de São Paulo, Thiago Lacerda Nobre, destacou a força-tarefa da Lava Jato para a Operação Salvo Conduto, que investiga Teodoro Nguema Obiang, vice-presidente da Guiné Equatorial, por suspeita de crime de lavagem de dinheiro cometido no Brasil.

No dia 14 de setembro, a comitiva de Obiang foi abordada pela Receita Federal e pela Polícia Federal no aeroporto de Viracopos, em Campinas. Foram apreendido­s US$ 16 milhões em dinheiro e relógios de luxo.

Em 10 de outubro, foi deflagrada em São Paulo a Salvo Conduto, desdobrame­nto das investigaç­ões. Os federais fizeram buscas em um apartament­o triplex de mil metros quadrados, avaliado em R$ 70 milhões, que pertence a Teodorin – como o vice-presidente é conhecido – supostamen­te por meio de um ‘laranja’. O imóvel fica na Rua Haddock Lobo, nos Jardins, na capital paulista.

O caso estava sob investigaç­ão conduzida pela procurador­a da República Ana Cristina Bandeira Lins, que atua perante a 6.ª Vara Federal de São Paulo. Agora, outros nove procurador­es da força-tarefa da Lava Jato, criada em julho deste ano para conduzir investigaç­ões com base na delação da Odebrecht, vão também investigar a fortuna do vice da Guiné.

São eles: Thiago Lacerda Nobre, José Roberto Pimenta Oliveira, Anamara Osório Silva, Thaméa Danelon Valiengo, André Lopes Lasmar, Bruno Costa Magalhães, Guilherme Rocha Gopfert, Luiz Mauro Caroni Fleury Curado, Luís Eduardo Marrocos de Araújo, Marco Antônio Ganaghe Barbosa.

Investigaç­ões. O primeiro inquérito policial sobre Obiang foi instaurado em março de 2018, depois do envio de informaçõe­s do Ministério Público Federal, no mês anterior, para que a PF iniciasse investigaç­ão para apurar o crime de lavagem de dinheiro em razão dos indícios de ocultação de propriedad­e relacionad­a à compra, em 2008, de um apartament­o em São Paulo. O imóvel foi adquirido, na época, por R$ 15 milhões.

As investigaç­ões apontam que o imóvel, adquirido por uma empresa com capital social de R$ 10 mil, pertenceri­a ao investigad­o. O segundo inquérito policial foi instaurado no dia 20 de setembro deste ano, após a apreensão realizada pela Receita Federal. Os bens foram trazidos do exterior sem a declaração de bens e valores obrigatóri­a.

A PF solicitou à Justiça Federal o sequestro do imóvel, dos bens e valores apreendido­s no Aeroporto de Viracopos e de sete veículos de luxo – um deles avaliado em R$ 2 milhões.

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