O Estado de S. Paulo

Imóveis até R$ 300 mil lideram vendas no Estado

-

Imóveis usados com preço final de até R$ 300 mil foram os mais vendidos no Estado de São Paulo nos primeiros oito meses deste ano. Esse é um dos resultados da Pesquisa CRECISP, feita em 37 cidades, incluindo a Capital. Com a exceção de maio, eles representa­ram 50% ou mais do total de unidades vendidas desde janeiro pelas imobiliári­as consultada­s.

Em agosto, que foi o quarto mês seguido de cresciment­o das vendas no Estado, casas e apartament­os usados enquadrado­s nessas faixas de preços somaram 53,47% das unidades negociadas pelas imobiliári­as. O mês de maior participaç­ão desses imóveis no conjunto de vendas foi junho, com 56,57%, e maio o menor, com 48,83%.

De janeiro a agosto, as vendas acumulam saldo positivo de 35,17%, que não se refletiu nos preços – o Índice CreciSP, que mede o comportame­nto dos preços de imóveis usados e aluguéis residencia­is, registrou alta de 4,05% em agosto, mas no ano o saldo é negativo em 3,9%.

As 980 imobiliári­as que o CRECISP pesquisou em agosto venderam 7,36% a mais que em julho. Foram 57,51% do total em apartament­os e 42,49% em casas. Houve aumento de vendas em duas das quatro regiões que compõem a pesquisa: Capital (+ 22,07%) e Litoral (+ 8,72%). As vendas caíram 1,39% no Interior e 3,61% nas cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco.

A locação de imóveis residencia­is no Estado de São Paulo cresceu 5,03% em agosto comparado a julho, segundo a pesquisa do Conselho. Foram alugados 54,37% do total em casas e 45,63% em apartament­os. No ano, o cresciment­o acumulado de novos contratos de aluguel chega a 13,06%.

“É uma mostra significat­iva do comportame­nto do mercado imobiliári­o paulista neste momento em que a Economia ainda está ensaiando a retomada pós-recessão”, avaliou José Augusto Viana Neto, presidente do CRECISP. Segundo ele, a dificuldad­e em se vender imóveis de maior valor se deve à inseguranç­a das famílias em assumir financiame­nto, ao custo dos encargos e dos juros embutidos nas prestações e à incerteza quanto à manutenção do emprego ou fonte de renda para honrar os empréstimo­s bancários.

“São fatores como esses que têm levado as pessoas a optar pela troca de espaço por preço e, sempre que possível, por pagamento à vista ou em poucas parcelas, numa espécie de financiame­nto informal bancado pelos próprios donos dos imóveis”, explicou Viana Neto. Ele ressalva que, em muitos casos, se trata não de opção, mas de única alternativ­a de acesso à casa própria “devido às dificuldad­es de acesso e ao custo dos financiame­ntos bancários”.

O presidente do CRECISP também alerta para a avaliação que deve fazer quem estiver pensando em investir em imóveis para revender mais à frente. “Essas são as faixas de preço que devem ser focadas porque, pelo menos a curto e médio prazos, sem a forte retomada do cresciment­o, são elas que devem concentrar a venda da maioria dos imóveis”, afirma Viana Neto.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil