O Estado de S. Paulo

BOLSONARO É ELEITO E PROMETE DEFENDER REFORMAS, LIBERDADES E DEMOCRACIA

CANDIDATO DO PSL RECEBEU 55% DOS VOTOS DEPUTADO DIZ QUE RESPEITARÁ CONSTITUIÇ­ÃO E FALA EM PACIFICAR O PAÍS EMPREGO E EQUILÍBRIO FISCAL SÃO COMPROMISS­OS HADDAD PEDE CORAGEM A ELEITORES

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Odeputado federal Jair Messias Bolsonaro (PSL) foi eleito ontem presidente do Brasil ao derrotar no segundo turno o candidato do PT, Fernando Haddad. Aos 63 anos, Bolsonaro obteve 55,13% dos votos válidos, ante 44,87% do petista, e se compromete­u a defender a Constituiç­ão, a democracia e a liberdade. “Isso é uma promessa e um juramento a Deus”, afirmou. “Liberdade de ir e vir, de empreender, liberdade política e religiosa, de informar e ter opinião, de fazer escolhas.” Bolsonaro prometeu fazer reformas, cortar privilégio­s e enxugar a máquina administra­tiva. “Emprego, renda e equilíbrio fiscal são o nosso compromiss­o”, repetiu, ressaltand­o que escolherá sua equipe “com muita cautela”. O discurso oficial foi feito depois de o presidente eleito falar de improviso por alguns minutos na internet e mostrar a Bíblia, a Constituiç­ão e um livro sobre o ex-premiê inglês Winston Churchill. Em seguida, participou de oração com aliados. Após o discurso, ele afirmou em uma rede social que vai pacificar o Brasil. “Vamos unir a todos. Não haverá distinção entre nós. Seremos um só povo, um só País.” Ele creditou a Deus a força para chegar à Presidênci­a e prometeu também acabar com o período de incerteza e estagnação na economia. Bolsonaro é o terceiro militar a ser eleito pelo voto direto para comandar o País, o primeiro desde 1945. A seus eleitores, Haddad pediu coragem e disse que defenderá o pensamento e a liberdade.

Odeputado federal Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito ontem presidente do Brasil ao derrotar no segundo turno o candidato do PT, Fernando Haddad. Aos 63 anos, Bolsonaro chegou ao posto máximo da República apoiado por 57,7 milhões de eleitores, que lhe deram cerca de 55% dos votos válidos, ante 45% (47 milhões de votos) alcançados pelo presidenci­ável petista.

Após ser confirmado como o 38.º presidente eleito democratic­amente no País, o deputado fez um discurso à Nação de compromiss­o com a liberdade, com a Constituiç­ão e com reformas. “Liberdade de ir e vir, liberdade política e religiosa, liberdade de opinião”, disse Bolsonaro, cuja campanha foi marcada pelo antipetism­o e uma retórica agressiva contra os opositores. O presidente eleito participou de uma oração puxada pelo senador Magno Malta (PR-ES) antes de ler o discurso, que teve várias citações bíblicas e a Deus.

Mais tarde, em uma transmissã­o ao vivo nas redes sociais, fez uma manifestaç­ão mais clara a favor da reunificaç­ão do País. “Vou buscar pacificar o nosso Brasil. Nós vamos pacificar. Sem eles contra nós ou nós contra eles. Nós temos como fazer políticas que atendam o interesse de todos”, afirmou Bolsonaro, que durante a campanha foi alvo de um atentado a faca. O candidato do PSL triunfou na disputa presidenci­al após quebrar tabus e romper paradigmas consagrado­s pelo marketing eleitoral. Trata-se do terceiro oficial do Exército a ser eleito pelo voto direto para o cargo.

No seu pronunciam­ento, Haddad procurou se colocar como líder da oposição e alternativ­a eleitoral em 2022. “Vamos continuar nossa caminhada e nos reconectan­do com as bases”, afirmou. “Daqui a quatro anos, teremos uma nova eleição.”

A onda conservado­ra puxada pela candidatur­a vitoriosa de Bolsonaro impulsiono­u 14 dos novos governador­es. Na eleição estadual mais apertada do País, o ex-prefeito João Doria (PSDB), de 60 anos, foi eleito ontem governador de São Paulo. Com 52% dos votos válidos, o tucano derrotou no segundo turno o atual governador, Márcio França (PSB), que obteve 48%. Doria garantiu a hegemonia do PSDB no Estado, que já dura 24 anos.

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REPRODUÇÃO DE TV / POOL Mensagem. Bolsonaro acena depois de ler o discurso em que assegurou que seu governo respeitará liberdades individuai­s; ele fez uma oração e agradeceu a seus médicos
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MARCOS ARCOVERDE/ESTADÃO Vitória. Bolsonaro deixa sua casa na Barra da Tijuca, zona Oeste do Rio, para votar na Vila Militar, região Norte da cidade

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