O Estado de S. Paulo

Bolsonaro vence em 16 Estados e quatro regiões

Fernando Haddad ficou à frente do adversário na maioria dos municípios, mas obteve cerca de 10,8 milhões de votos a menos

- Daniel Bramatti Luiz Fernando Toledo Alessandra Monnerat Cecília do Lago

Jair Bolsonaro (PSL) venceu a eleição presidenci­al com 55% dos votos válidos, após passar todo o segundo turno como favorito, de acordo com a série de pesquisas Ibope/Estado/TV Globo. A tendência de queda verificada nas três pesquisas, feitas entre o dia 15 e a véspera da votação, não foi forte o suficiente para permitir sua ultrapassa­gem pelo adversário, Fernando Haddad (PT), que ficou com 45% dos votos.

Em números absolutos, foram 57,7 milhões de votos para o candidato do PSL, e 47 milhões para o petista.

Depois de obter 46% das preferênci­as no primeiro turno, Bolsonaro elevou sua votação na segunda rodada eleitoral em 9 pontos porcentuai­s, ou 7,8 milhões de votos. Haddad, que conquistou 29% no dia 7 de outubro, ampliou ainda mais seu eleitorado ontem, em 15 pontos porcentuai­s – em números absolutos, foram quase 15 milhões de votos a mais.

Geografia. Depois de se firmar como candidato do antipetism­o, Bolsonaro venceu em quatro das cinco regiões do País. Em termos proporcion­ais, sua maior vantagem foi registrada no Sul e no CentroOest­e, onde teve 68% e 67%, respectiva­mente, ante 33% e 32% do adversário.

No Sudeste, onde vivem aproximada­mente quatro em cada dez eleitores, o candidato do PSL teve 65%, 30 pontos porcentuai­s a mais que Haddad. Em números absolutos, foram quase 13 milhões de votos a mais. No Norte, foi registrada a disputa mais equilibrad­a: 52% a 48% para Bolsonaro.

No Nordeste, Haddad ampliou a vitória, que já havia obtido no primeiro turno e chegou a 70%, com vantagem de 40 pontos sobre o adversário.

Em quantidade de Estados, o candidato eleito ficou à frente em 16 (contando o Distrito Federal), e o derrotado, em 11. No primeiro turno, o placar próBolsona­ro havia sido de 17 a 9. No segundo turno, as maiores vantagens proporcion­ais ocorreram no Acre (77% a 23%), em Santa Catarina (76% a 24%) e em Rondônia e em Roraima (72% a 28% em ambos).

Haddad ganhou em 2.810 cidades, ante 2.760 de Bolsonaro. Haddad herdou a vitória em todos os 103 municípios em que Ciro Gomes (PDT) tinha obtido maior parte dos votos, todos na Região Nordeste do País. No Estado do Ceará, maior reduto de Ciro, o petista teve um de seus melhores desempenho­s no Brasil e ficou com 71% dos votos válidos.

O ex-prefeito de São Paulo tentou levar o PT à quinta vitória consecutiv­a em disputas presidenci­ais. Ele teve, porém, o pior desempenho de um petista em um segundo turno desde 1989, quando Luiz Inácio Lula da Silva teve 47% dos votos. Em comparação com a votação de Lula em 2002 e 2006, Haddad conquistou 16,7 e 16,2 pontos porcentuai­s a menos, respectiva­mente. Ante Dilma Rousseff em 2010 e 2014, a redução foi de 11,5 e 7,1 pontos.

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