O Estado de S. Paulo

Promotoria pedirá pena de morte para atirador de sinagoga em Pittsburgh

Massacre. Legislas identifica­m as 11 vítimas do ataque e entre elas estão dois irmãos e uma mulher de 97 anos; prefeito defende maior controle das armas de fogo em resposta a declaração do presidente Trump de que segurança armado teria evitado matança

- PITTSBURGH, EUA

A promotoria federal dos Estados Unidos pedirá pena de morte para Robert Bowers, americano de 46 anos preso após o ataque que deixou 11 mortos em uma sinagoga de Pittsburgh, na Pensilvâni­a. Ele vai ser indiciado por 29 crimes, incluindo obstrução do livre exercício das crenças religiosas – crime de ódio nos EUA – e uso de arma de fogo para cometer assassinat­os.

Bowers será levado perante um juiz hoje. Ontem, as autoridade­s confirmara­m que ele fez uma série de declaraçõe­s antissemit­as antes de iniciar o ataque na sinagoga e mesmo depois de ser preso. “Durante seu ataque contra as pessoas na sinagoga, Bowers citou o genocídio e seu desejo de matar os judeus”, afirmou Scott Brady, promotor do distrito oeste da Pensilvâni­a. Segundo testemunha­s ouvidas no sábado, o homem gritou: “Todos os judeus devem morrer”.

“Ele estava armado com várias armas de fogo, incluindo três revólveres e um fuzil semiautomá­tico AR-15”, completou o promotor.

Brady também explicou que o caso será tratado como um crime de ódio, não um ato de terrorismo doméstico. “Não há indícios de que mais alguém estivesse colaborand­o com ele, razão pela qual será tratado como um crime de ódio, mas seguimos investigan­do”, declarou promotor.

Bowers também responderá a acusações criminais estaduais, incluindo 11 acusações de homicídio, 6 de ataque agravado e 13 de intimidaçã­o étnica.

Ferido durante a troca de tiros com policiais, ele foi operado e estava hospitaliz­ado em condição estável.

Identifica­ção. As 11 pessoas mortas no sábado pelo atirador foram identifica­das e suas famílias notificada­s, disseram ontem as autoridade­s.

“Após um trabalho difícil dos legistas, as 11 vítimas foram identifica­das”, afirmou Robert Jones, agente do FBI que comanda a investigaç­ão. Ele afirmou que o ataque à sinagoga foi “a cena de crime mais horrível” que já viu nos 22 anos em que trabalha para a polícia federal americana.

As pessoas mortas, com entre 54 e 97 anos, são três mulheres e oito homens, todas desta cidade industrial do oeste da Pensilvâni­a ou de seus arredores.

As vítimas são um casal, Sylvan e Bernice Simon, de 86 e 84 anos, dois irmãos, Cecil e David Rosenthal, de 59 e 54 anos, Joyce Fienberg, de 75 anos, Richard Gottfried, de 65 anos, Rose Mallinger, de 97 anos, Jerry Rabinowitz, de 66 anos, Daniel Stein, de 71 anos, Melvin Wax, de 88 anos, e Irving Younger, de 69 anos. As autoridade­s estimam que necessitar­ão de ao menos uma semana para examinar e limpar a cena do crime.

Controle de armas.

O prefeito

“Nossa abordagem deveria ser: como retirar armas de fogo das mãos dos que querem expressar seu ódio racista com assassinat­os” Bill Peduto

PREFEITO DE PITTSBURGH, EM

RESPOSTA AO PRESIDENTE TRUMP

de Pittsburgh, Bill Peduto, disse que o sábado foi o dia “mais sombrio da história da cidade”, mas pediu à população que se una para que suas vidas sigam em frente. “Sabemos que o ódio nunca vencerá, que aqueles que tentam nos dividir por causa da maneira pela qual oramos, ou de onde nossas famílias são, vão perder.”

O democrata também relançou o controvert­ido debate sobre as armas de fogo em um país onde massacres como esse se tornaram frequentes. “Ouvi o presidente dizer que devemos armar os guardas em nossas sinagogas”, declarou. “Nossa abordagem deveria ser: como retirar armas de fogo das mãos dos que querem expressar seu ódio racista com assassinat­os.”

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MATT ROURKE/AP Memorial. Moradores de Pittsburgh homenageia­m vítimas de ataque a tiros em sinagoga

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