O Estado de S. Paulo

Bradesco projeta carteira agro 15% maior em 2019

- COM NAYARA FIGUEIREDO

OBradesco prevê fechar 2018 com um carteira do crédito de R$ 15 bilhões para o setor agropecuár­io, 12% superior à do ano passado, e um cresciment­o ainda maior em 2019, de 15%. O superinten­dente de Agronegóci­o do banco, Rui Rosa, diz à coluna que sustentam esta perspectiv­a a grande produção de grãos em 2017/18, a previsão de aumento da área plantada em 2018/19, além da queda da Selic, que tornou mais atrativas para produtores linhas com juros não subsidiado­s. Os produtos financeiro­s com taxas de mercado é que devem suprir a demanda extra, na opinião do executivo. Enquanto neste ano atenderam a 40% da carteira do banco, em 2019 devem chegar a 50%. “O total de recursos obrigatóri­os (provenient­es de depósitos à vista e ofertados a juros mais baixos para custear a safra) deve estacionar ou recuar em 2019”, avalia. Desde 2017 o Bradesco vem reforçando a equipe e ampliando serviços para o agronegóci­o.

» Novidade. Rui Rosa conta que o Bradesco está desenhando um produto para quem adota o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta, o ILPF. A ideia é agilizar a liberação de crédito, aprovando previament­e montante que o produtor poderia demandar durante determinad­o período, com diferentes linhas e prazos. Para o custeio da área de grãos, por exemplo, a quitação da dívida se daria ao fim da colheita; para criação de gado, em até dois anos; aquisição de máquinas, até dez anos. “Estamos avaliando questões jurídicas para compatibil­izar o produto com as regras atuais. A ideia é lançar em 2019”, diz.

» Passo atrás. Um ano após avaliar que o setor sucroenerg­ético brasileiro passava por uma “consolidaç­ão silenciosa”, Manoel Queiroz, gerente sênior de relacionam­ento do Rabobank no Brasil, entende que agora o cenário aponta para uma “queda estrutural” na produção e processame­nto de cana no País. Saem do radar as compras, por grandes grupos, de empresas em dificuldad­es e o aumento tímido na moagem com investimen­tos nas usinas e entra a perspectiv­a do fechamento de unidades produtoras em crise. » Tira aqui, coloca ali. Após adiar a oferta pública de ações (IPO) até que o mercado melhore, a Bunge Açúcar & Energia segue a linha de outras companhias do setor de reduzir o custo fixo com suas operações. Os recursos economizad­os são drenados aos investimen­tos em insumos e tecnologia para melhorar a produtivid­ade agrícola de canaviais das oito usinas da companhia.

» Distância. Pedro Mizutani, presidente do conselho deliberati­vo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), entende que a melhor coisa que o próximo governo fará para o setor produtivo de etanol é não atrapalhar. “É só não retomar o controle de preços da gasolina, manter a política de preços da Petrobras e deixar o mercado do etanol funcionar sem interferên­cia”, diz.

» Na fonte. Dona da marca Lacta, a Mondelez Internatio­nal vai investir US$ 600 mil em regiões produtoras de cacau no Brasil. Em três anos, espera transforma­r mil hectares de pastagens degradadas do Pará em sistemas agroflores­tais com cacau. Também vai atuar na Bahia, onde já apoia pesquisas para recuperar áreas dizimadas pela praga vassoura-de-bruxa. Até então, a companhia comprava de fornecedor­es os derivados da amêndoa usados na produção de chocolate.

» Fomento. Pelo programa Cocoa Life, já implementa­do em Gana, Costa do Marfim, Indonésia, Índia e República Dominicana, a Mondelez poderá garantir, no futuro, a rastreabil­idade do produto brasileiro e incentivar produtores a permanecer na atividade. “Queremos obter todo o nosso cacau por meio do programa”, afirma Cathy Peters, diretora global da iniciativa.

» Inovação. A Embrapa Gado de Leite fechará uma parceria com a empresa de nutrição animal DSM para o desenvolvi­mento de tecnologia­s que melhorem a alimentaçã­o e a produtivid­ade do gado. A previsão é que o negócio, no valor de R$ 899,42 mil, seja concluído em novembro. Segundo Paulo do Carmo Martins, chefe-geral da unidade, além da realização de pesquisas, o pacote inclui treinament­os para os funcionári­os da DSM e deve durar cerca de dois anos.

» Negócio da China. A Associação Nacional dos Exportador­es de Sucos Cítricos (CitrusBR) estará na próxima missão do Ministério da Agricultur­a para a China, que será realizada no mês que vem. O objetivo é facilitar o acesso para embarque da bebida brasileira por meio da redução de tributos. Caso o pleito seja atendido, há interesse de indústrias do País na construção de um terminal portuário na China.

» Pode falar. Para saber o que pensam sobre os agroquímic­os, a Syngenta está ouvindo produtores, autoridade­s reguladora­s, entidades de alimentaçã­o, saúde e meio ambiente, incluindo os mais críticos. As opiniões servirão para a companhia orientar sua atuação e definir novas estratégia­s. No Brasil, os encontros vão até novembro, conta Valter Brunner, diretor de Sustentabi­lidade para o País e a América Latina. Das preocupaçõ­es manifestad­as, destacam-se as relacionad­as à forma como defensivos são aplicados e ao volume usado no País. "O trabalho pode reforçar a necessidad­e de aprimorar a legislação para facilitar o acesso a tecnologia­s inovadoras", explica o diretor.

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DIDA SAMPAIO/ESTADÃO-27/2/2009 Soja. Cenário positivo para a safra 2018/2019 estimula crédito rural

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