IBM anuncia compra de Red Hat por US$ 34 bi
Na maior aquisição de sua história, gigante americana aposta em serviços por assinatura para acirrar disputa com rivais como Amazon, Google e Microsoft
A IBM anunciou ontem um acordo para a compra da empresa de software americana Red Hat, por US$ 34 bilhões, incluindo dívidas. Com a aquisição, que deve ser finalizada no ano que vem, a gigante de tecnologia vai diversificar seus serviços de software por assinatura – mercado liderado por Amazon, Google e Microsoft.
A transação é a maior aquisição da IBM e reflete os esforços da presidente executiva da empresa, Ginni Rometty, em expandir ofertas de software por assinatura. “A aquisição da Red Hat é uma virada de jogo. A IBM se tornará fornecedor número um de nuvem híbrida do mundo”, disse Rometty.
Avaliada em US$ 114 bilhões, a IBM vai pagar US$ 190 por ação da Red Hat, preço 62% superior à cotação de fechamento da companhia na última sextafeira. O JPMorgan e o Goldman Sachs foram responsáveis pelo financiamento do negócio, além de terem assessorado as conversas entre as companhias. Para ajudar a concretizar compra, a IBM informou que planeja suspender seu programa de recompra de ações que deveria ocorrer em 2020 e 2021.
A IBM informou que, pelo menos em um primeiro momento, a presidência da Red Hat continuará nas mãos de Jim Whitehurst. Fundada em 1993, a empresa que agora passa a fazer
parte da IBM tem sede no município de Raleigh, na Califórnia, Estados Unidos.
A IBM vem empreendendo uma estratégia de aquisições recentemente. Em 2008, comprou a fabricante de softwares Cognos, por US$ 5 bilhões. Em 2013, comprou a empresa de armazenamento em nuvem Softlayer, por US$ 2 bilhões. Em 2015, a empresa ficou com os serviços de dados do Weather Channel, também por cerca de US$ 2 bilhões.
Novos mercados. A Red Hat é especializada em sistemas operacionais Linux, o tipo mais popular de software de código aberto, que foi desenvolvido como uma alternativa ao Windows, da Microsoft.
Hoje, o modelo de negócios da Red Hat é baseado na cobrança de taxas a clientes corporativos por atendimentos personalizados, como manutenção e suporte técnico. Segundo especialistas, essa característica ajudará a IBM a ter uma nova e lucrativa fonte de receita por meio de serviços de assinatura.