O Estado de S. Paulo

Libertador­es: desgaste físico desafia Palmeiras

Time de Felipão vive maratona de jogos importante­s neste segundo semestre enquanto Boca Juniors tem menos partidas e consegue poupar atletas

- Ciro Campos

O desgaste e a falta de tempo para descansar os jogadores desafiam o Palmeiras para o jogo de amanhã contra o Boca Juniors, no Allianz Parque, pela semifinal da Copa Libertador­es. Enquanto o time do técnico Luiz Felipe Scolari se desdobra entre duas competiçõe­s e repete alguns titulares, os argentinos têm priorizado somente o torneio continenta­l e escalado reservas em compromiss­os locais.

A maratona de partidas obrigou o Palmeiras a entrar em campo em 28 jogos desde o fim da Copa do Mundo, em 15 de julho. Do outro lado, a agenda do Boca foi mais enxuta. Os argentinos tiveram 18 compromiss­os, graças ao descanso nas datas Fifa. O torneio local não tem rodadas nessas ocasiões.

No último fim de semana, por

exemplo, o Palmeiras utilizou no empate com o Flamengo, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro, oito titulares: cinco deles jogaram desde o início da partida e outros três entraram no segundo tempo. O clube lidera o Nacional faltando sete rodadas para o fim da competição.

Já o Boca Juniors teve outra postura e só escalou o goleiro Rossi na derrota para o Gimnasia y Esgrima. Os principais jogadores não foram sequer relacionad­os,

nem precisaram viajar para acompanhar o restante dos companheir­os no jogo.

A equipe do técnico Guillermo Schelotto tem foco máximo na Libertador­es – ganhou de 2 a 0 na ida contra o Palmeiras. Em nono lugar no Campeonato Argentino e eliminado na Copa Argentina, o Boca só voltará a escalar os titulares nos compromiss­os locais a partir do momento em que não tiver mais chances na disputa sul-americana.

A busca pela sétima conquista é uma obsessão no clube argentino, para poder se igualar ao Independie­nte como o maior vencedor da história da Libertador­es. Não por acaso o elenco do Boca é o mais caro do torneio. O valor de mercado é avaliado em cerca de R$ 500 milhões, segundo o site alemão Transferma­rket, especializ­ado em dados sobre transferên­cias, conforme divulgou o Estado.

Felipão adotou a tática de usar um time principal para a Libertador­es e uma formação alternativ­a no Brasileiro, plano que se manteve intacto até semanas atrás. Lesões e suspensões forçaram o treinador a repetir atletas nos torneios, formando um time só, como foram os casos de Dudu, Willian e Moisés, os mais desgastado­s.

A sequência de jogos causou problemas na lateral-direita. O zagueiro Luan precisou ser improvisad­o na função contra o Flamengo, pois o dono da posição, Mayke, estava suspenso e a opção imediata, Marcos Rocha, está com problemas físicos.

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CESAR GRECO/AG. PALMEIRAS Cansaço. Time de Felipão só teve duas semanas livres sem jogos desde o fim da Copa e se desdobra para disputar duas competiçõe­s no momento

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