Trump e Bolsonaro tratam de cooperação militar e comercial
Por telefone, presidentes falaram sobre política externa e combate a crime transnacional, diz secretário de Estado
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, falou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no domingo ao telefone sobre cooperação militar e de comércio entre os dois países. O comentário sobre o conteúdo da conversa entre os dois foi feito por Trump, ontem, no Twitter. Segundo o presidente americano, o diálogo foi “excelente”. “Nós concordamos que Brasil e Estados Unidos vão trabalhar em cooperação comercial, militar e tudo o mais!”, escreveu Trump.
O Departamento de Estado americano divulgou nota na qual destaca que a parceria “vibrante” entre os dois países está fundada em questões ligadas a segurança, democracia, prosperidade econômica e direitos humanos. “Valorizamos nossa profunda cooperação com o Brasil e esperamos trabalhar com o presidente eleito Bolsonaro nos próximos anos.”
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, também telefonou para Bolsonaro e indicou os temas de interesse dos americanos com o futuro presidente brasileiro. “Eles discutiram a colaboração em questões prioritárias de política externa, incluindo a Venezuela, combate ao crime transnacional e formas de estreitar os laços entre Estados Unidos e Brasil”, afirmou a porta-voz de Pompeo, Heather Nauert.
Segundo analistas, Trump deixou no ar o que significaria a cooperação militar com o Brasil. Para Tom Shannon, ex-embaixador no Brasil, o mais provável é que Trump tenha se referido a uma conversa de manutenção de paz e comércio na área de equipamentos de defesa, além de troca de conhecimentos, e tecnologias espaciais. Em junho, Brasil e EUA retomaram as negociações para um acordo que permita o uso da base de lançamento de foguetes em Alcântara, no Maranhão.
O ex-conselheiro da Casa Branca Fernando Cutz também aposta que Trump tenha se referido a negócios na área de defesa, como a venda de tecnologia militar avançada ao Brasil. “A segunda hipótese seria falar em Venezuela, mas não acho que estamos num ponto de fazer essa conversa”, afirmou.