O Estado de S. Paulo

Trump e Bolsonaro tratam de cooperação militar e comercial

Por telefone, presidente­s falaram sobre política externa e combate a crime transnacio­nal, diz secretário de Estado

- Beatriz Bulla CORRESPOND­ENTE / WASHINGTON

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, falou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no domingo ao telefone sobre cooperação militar e de comércio entre os dois países. O comentário sobre o conteúdo da conversa entre os dois foi feito por Trump, ontem, no Twitter. Segundo o presidente americano, o diálogo foi “excelente”. “Nós concordamo­s que Brasil e Estados Unidos vão trabalhar em cooperação comercial, militar e tudo o mais!”, escreveu Trump.

O Departamen­to de Estado americano divulgou nota na qual destaca que a parceria “vibrante” entre os dois países está fundada em questões ligadas a segurança, democracia, prosperida­de econômica e direitos humanos. “Valorizamo­s nossa profunda cooperação com o Brasil e esperamos trabalhar com o presidente eleito Bolsonaro nos próximos anos.”

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, também telefonou para Bolsonaro e indicou os temas de interesse dos americanos com o futuro presidente brasileiro. “Eles discutiram a colaboraçã­o em questões prioritári­as de política externa, incluindo a Venezuela, combate ao crime transnacio­nal e formas de estreitar os laços entre Estados Unidos e Brasil”, afirmou a porta-voz de Pompeo, Heather Nauert.

Segundo analistas, Trump deixou no ar o que significar­ia a cooperação militar com o Brasil. Para Tom Shannon, ex-embaixador no Brasil, o mais provável é que Trump tenha se referido a uma conversa de manutenção de paz e comércio na área de equipament­os de defesa, além de troca de conhecimen­tos, e tecnologia­s espaciais. Em junho, Brasil e EUA retomaram as negociaçõe­s para um acordo que permita o uso da base de lançamento de foguetes em Alcântara, no Maranhão.

O ex-conselheir­o da Casa Branca Fernando Cutz também aposta que Trump tenha se referido a negócios na área de defesa, como a venda de tecnologia militar avançada ao Brasil. “A segunda hipótese seria falar em Venezuela, mas não acho que estamos num ponto de fazer essa conversa”, afirmou.

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