O Estado de S. Paulo

Polícia Federal reforça esquema de segurança para Bolsonaro

Proteção vai passar a ser coordenada por dois delegados e será estendida também para a família do presidente

- Fabio Serapião / BRASÍLIA

A Polícia Federal definiu uma nova equipe de segurança que vai atuar na proteção do presidente eleito, Jair Bolsonaro. A partir de agora, sua proteção passa a seguir o protocolo de segurança número 5, dispensado a chefes de Estado. A equipe de segurança formada por 55 policiais federais, com possibilid­ade de ser aumentada caso seja necessário, também atuará na proteção da família de Bolsonaro, em sua residência e no gabinete de transição.

Até 1.º de janeiro, data da posse, o presidente eleito terá na coordenaçã­o de sua segurança o delegado Alexandre Ramagem. Já o delegado Daniel França desempenha­rá a função de coordenado­r de ligação entre a PF e a equipe de Bolsonaro.

Ramagem foi o titular da investigaç­ão que deu origem à Operação Cadeia Velha, deflagrada em novembro de 2017 e que prendeu os então deputados estaduais Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi. O delegado ficará responsáve­l pela coordenaçã­o da segurança de Bolsonaro.

O delegado Daniel França, por sua vez, será uma espécie de interface entre a campanha de Bolsonaro e a Polícia Federal. França já integrava a equipe de segurança do presidente eleito e era o coordenado­r da equipe no dia do atentando a faca sofrido por Bolsonaro em Juiz de Fora (MG), em 6 de setembro.

A mudança na proteção de Bolsonaro se deu por dois motivos. O primeiro deles é a mudança do protocolo a ser seguido a partir de agora com a elevação do nível de segurança. Com a vitória na eleição, Bolsonaro passa a ser o futuro presidente e, por isso, os métodos e práticas utilizados em sua segurança seguem um protocolo próprio usado na segurança de chefes de Estado.

Outro motivo para a mudança foi o desentendi­mento entre Bolsonaro e o delegado Antônio Marcos Teixeira, responsáve­l por chefiar a equipe que fez segurança do candidato desde o dia do atentado. O desentendi­mento aconteceu após Teixeira repreender os agentes federais comandados por ele que permitiram que o candidato colocasse parte do corpo para fora do carro da PF e acenasse para populares ao chegar em sua residência, após votar, no Rio. Bolsonaro, após o ocorrido, chegou a dispensar o delegado de sua segurança.

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