BMG e Tivit enfrentarão seletividade para fazer IPO
As ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) do banco BMG e da empresa de tecnologia Tivit, engatilhadas para dezembro, testarão o crivo de um mercado que segue bastante seletivo, apesar de dissipadas parte das incertezas com a definição eleitoral. A realização na bolsa brasileira ontem, dia 29, está provando que o mercado não deu carta branca a Jair Bolsonaro, candidato eleito pelo PSL. Ele terá de mostrar serviço. BMG e Tivit foram as únicas empresas a arquivarem pedidos para abertura de capital neste ano na B3, para conseguirem fazer a emissão ainda em 2018. O restante das companhias na fila deixaram para testar o mercado no ano que vem, com Bolsonaro já no Planalto. O banco digital Agibank, por exemplo, falou, falou, mas postergou sua operação. » Ventos contrários. No caso da Tivit, que há pouco mais de um ano fez uma tentativa de IPO, pesa contra o fato de a empresa estar distante das metas apresentadas aos investidores na ocasião. O lucro líquido até setembro deste ano, por exemplo, está em R$ 76,9 milhões, distante da projeção de R$ 150 milhões para 2018, que deve ser afetada por ajustes contábeis. Em 2017, a Tivit buscou ser avaliada entre R$ 4 bilhões e R$ 4,7 bilhões, mas chegou a reduzir o preço para cerca de R$ 3 bilhões. A Tivit não comentou por estar em período de silêncio. » Não! O presidente do Bank of America Merrill Lynch (BofA) na América Latina, Alexandre Bettamio, recusou o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para comandar o Banco do Brasil em sua gestão. É o primeiro não que o capitão reformado recebe ao estruturar sua equipe econômica e foi dado antes mesmo do segundo turno da corrida presidencial. » Sem nome. Com a recusa de Bettamio, nenhum outro nome foi ventilado. Enquanto isso, no BB, há uma tentativa de emplacar Marcelo Labuto, atual vice-presidente de negócios de varejo e que assume a presidência do banco nesta semana. Ele substitui Paulo Caffarelli, que deixa o posto para assumir o comando da Cielo. Procurado, o BB não comentou. Bettamio não foi encontrado. A campanha de Bolsonaro disse que não está sabendo “nem do convite nem da negação” e que o tema deveria ser tratado com o deputado Onyx Lorenzoni. O futuro ministro da Casa Civil não retornou até o fechamento.
» Cada um no seu quadrado. Bradesco e Santander negociam empréstimos na International Finance Corporation (IFC), braço financeiro do Banco Mundial. Cada um planeja tomar US$ 300 milhões. O Santander vai usar o dinheiro para dar crédito a mulheres empreendedoras. O Bradesco está de olho em pequenas e médias empresas.
» And the Oscar goes to. Unilever e Nestlé serão reconhecidas novamente pela Associação Paulista de Supermercados (Apas), por sua contribuição ao setor. Nas 21 edições já feitas do evento anual, a Unilever levou 33 prêmios e a Nestlé, 30. A premiação de 2018 será hoje, dia 30. » Missão cumprida. A Oi antecipou sua meta de expansão da oferta de banda larga de alta velocidade via fibra ótica no País. Acaba de atingir a marca de 25 cidades cobertas pelo serviço, o que estava previsto para ocorrer até o fim do ano. Neste mês,Varginha (MG), Montes Claros (MG), Angra dos Reis (RJ) e Campos dos Goytacazes (RJ) passaram a contar com o serviço ‘Oi Fibra’.
» De volta. A Invepar teve de melhorar o pacote de garantias dos bônus que pretende emitir no exterior para captar cerca de US$ 500 milhões e honrar uma dívida de R$ 1,2 bilhão que vence em dezembro com o fundo Mubadala, de Abu Dabi. Ao invés de comprometer apenas os dividendos da Linha Amarela e do MetroRio como garantia para o pagamento do juro dos papéis, a companhia está colocando a própria geração de caixa de ambas as concessões à disposição dos investidores. Nesse novo contexto, uma série de ajustes no contrato que rege os bônus está sendo necessária, por exigência dos investidores, para evitar que as receitas das concessões sejam usadas para outros ativos com menor equilíbrio financeiro e elevados compromissos. » Um ou outro. Outra conversa na mesa diz respeito ao pagamento do principal, ou seja, do total captado na data de vencimento dos bônus, que pode ser em cinco ou sete anos, a depender do prazo que a empresa optar. A Invepar tem dito aos investidores que pretende levantar esses recursos com uma oferta de ações (IPO) ou venda de ativos. Os esforços estão sendo feitos para que a emissão seja concretizada e a expectativa é de que a precificação ocorra até o fim da semana. No entanto, existe o risco de não acontecer.
» Sem prejuízo. Além da piora nas bolsas externas, a Invepar, ao mesmo tempo em que trabalha para atender aos investidores, faz contas para não afetar compromissos de investimento e dívida de outras empresas do grupo, já que o caixa das duas melhores empresas estará engessado. A Invepar não comentou.