Itaú tem lucro de R$ 6,5 bilhões no trimestre, alta de 3,2% em um ano
Banco registrou aumento na concessão de empréstimos e redução no montante reservado para possíveis calotes
O Itaú Unibanco anunciou ontem um lucro líquido de R$ 6,45 bilhões no terceiro trimestre deste ano, cifra 3,2% superior à do mesmo intervalo de 2017.
O desempenho do maior banco privado do País foi influenciado, de acordo com relatório que acompanha as demonstrações financeiras da instituição, por um menor custo do crédito (que envolve a reserva para cobrir eventuais calotes) e crescimento da margem financeira com clientes (que engloba as operações do banco sensíveis a spreads, capital de giro próprio e outros).
Os efeitos positivos que beneficiaram o desempenho do banco no período foram contrabalançados por maiores despesas, com destaque para gastos com pessoal. O Itaú reforçou no último trimestre suas equipes comerciais, em especial na rede de agências, seguros e adquirência. No trimestre, o banco contratou 900 funcionários, aumentando o quadro para 100,8 mil colaboradores.
Em nota à imprensa, o presidente do Itaú, Candido Bracher, afirmou que a instituição segue observando uma “demanda saudável” por crédito tanto de pessoas físicas quanto de micro, pequenas e médias empresas.
“Nesse terceiro trimestre de 2018, concedemos 38% mais créditos para pessoas físicas e 22% mais créditos para micro, pequenas e médias empresas no Brasil em relação ao mesmo período de 2017”, disse o executivo. “A melhoria dos indicadores de inadimplência dessas carteiras ao longo do ano tem evidenciado a qualidade dessa originação de crédito.”
A carteira de crédito total ajustada do banco encerrou setembro em R$ 636,4 bilhões, aumento de 2,1% ante junho. Em um ano, quando a cifra foi de R$ 575,2 bilhões, houve aumento de 10,6%.
Inadimplência. O índice de inadimplência, considerando atrasos acima de 90 dias, foi a 2,9% no terceiro trimestre, acima do indicador visto nos três meses anteriores, de 2,8%. Há um ano, entretanto, houve melhora: estava em 3,2%.
O aumento dos calotes, explica o banco, está relacionado ao segmento de grandes empresas no Brasil. “Esse aumento ocorreu devido à rolagem de clientes que se encontravam em atraso entre 15 e 90 dias no trimestre anterior e que migraram para a parcela acima de 90 dias e que já estavam adequadamente provisionados. Não houve concentração em cliente ou setor específico”, acrescentou o banco em relatório.
A inadimplência de pessoas físicas apresentou melhora em 12 meses, de 5,1% para 4,5%.
As despesas com provisões para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, totalizaram R$ 3,904 bilhões, cifra 8,8% inferior ante mesmo intervalo de 2017.