‘Freddie viveu sob suas próprias regras’
Sabia do show de São Paulo? Sim, um show icônico. Só de ele dizer: ‘Obrigado, é um momento lindo’... Eram 250 mil pessoas, nem sei como um estádio comporta tanta gente.
Freddie teve uma relação especial com Mary, mas ele também era abertamente gay. Como essa identidade foi importante para ele e sua performance? Freddie e Mary ficaram juntos por seis anos. Foi uma relação muito íntima. Ele chegou a pedi-la em casamento e logo depois saiu do armário. Acho que a fé e a confiança dela nesse relacionamento fizeram com que Freddie fosse capaz de se abrir de seu jeito e ser verdadeiro com quem era, de maneira muito bonita e profunda, mas não agressiva.
Na época, ele escondeu que era portador do HIV até quase o fim de sua vida, e hoje ele seria forçado a se manifestar, porque teria de ser um exemplo.
Ele é um exemplo porque viveu sob suas próprias regras, e isso demanda coragem, não importa que fase da vida está. Fazer aquilo em que se acredita, não importando as pressões, o que se “deve” fazer, o que te dizem para fazer.
Foi difícil fazer as cenas na frente dos integrantes do Queen? Já foi difícil fazer na frente da equipe. Muitos deles têm idade suficiente para ter visto ou acompanhado. Daí ter Brian ou Roger vindo ao set, claro, foi um desafio. Mas fomos recebidos com tanto amor. Eles trabalharam muito para contar essa história, assim como Graham, por tantos anos. Eles foram muito calorosos e agradecidos. Tive chance de encontrá-los em Abbey Road antes. Houve um conforto. Não era que eles apareciam do nada no set para julgar minha performance.