Instituto Moreira Salles (IMS) de São Paulo: uma obra esplêndida com processos inovadores
O IMS Paulista segue os melhores padrões construtivos do mundo e viabiliza exposições de grande qualidade
Recebemos, na última semana, para uma visita no Instituto Moreira Salles – localizado na Avenida Paulista, em São Paulo – a equipe da FIABCI-BRASIL e convidados. Na ocasião, compartilhamos detalhes da construção e curiosidades do projeto que ganhou o Prêmio Master Imobiliário 2018 na categoria Profissional - Construção de Complexo Cultural.
A construção de um novo museu é sempre algo que precisa de atenção e ideias que fujam do comum. Por esse motivo, o IMS Paulista segue os melhores padrões construtivos do mundo e viabiliza exposições de grande qualidade. O edifício com 9 andares e 1.200m² de área expositiva foi inaugurado no dia 20 de setembro de 2017. O projeto arquitetônico é assinado por Andrade Morettin, escritório que foi escolhido em 2011 por seis jurados internacionais via concurso.
No prédio, três andares são dedicados às exposições. É possível encontrar uma biblioteca totalmente voltada a publicações fotográficas com capacidade para 30 mil títulos e um cineteatro. Por fazer parte de um dos espaços urbanos mais complexos da cidade de São Paulo, optamos por colocar a entrada do local sem nenhum tipo de barreira no nível da calçada. No acesso, o público encontra duas escadas rolantes que direcionam os passantes a uma vista maravilhosa em uma praça elevada cujo revestimento do piso é de azulejo português se referenciando ao pavimento original da avenida Paulista.
Desde a ideia até a conclusão do projeto do IMS foram seis anos de trabalho, o que pode ser considerado um tempo longo para obras convencionais, mas é importante considerar que os museus são construções sofisticadas tecnicamente pelo ineditismo e alta complexidade, por exemplo, o museu Guggenheim, localizado em Nova York, demorou 17 anos entre a idealização e a entrada dos visitantes pela porta.
Para o projeto e construção trabalhamos com uma equipe multidisciplinar de técnicos especializados, garantindo o melhor padrão mundial. A fachada de vidros translúcidos de alta performance permite que a luz natural invada o local filtrando calor e ruídos da vencemos com louvor montando uma equipe para atender as dificuldades logísticas dos horários restritos, canteiro exíguo e recebimento just in time dos materiais, numa orquestração organizada.
Assim que a estrutura metálica com suas conexões customizadas, conforme desenho inovador pelos arquitetos, foi concluída em agosto 2016 trabalhamos intensamente por mais dez meses para vedar e acabar o edifício, utilizando vidros duplos laminados, que pesam quase 300 quilos cada, insulados especialmente com camadas de ar aplicados em seu interior, numa solução inovadora desenvolvida por um escritório especializado em fachadas internacional, montados com um sistema de plataformas sem nenhum acidente.
A edificação conta com muitos sistemas inovadores como um sistema de piso resfriado, localizado na praça elevada, que oferece mais conforto térmico em dias de chuva de verão. As salas de exposições contam com temperatura e umidade controlada no mesmo padrão dos museus mais consagrados internacionalmente, além de um sistema com tecnologia de ponta para a proteção dos acervos.
O Corpo de Bombeiros definiu seu padrão mais rígido deixando o prédio ser resistente ao fogo por 120 minutos. Isso demandou a aplicação de elementos raros de alta tecnologia em portas corta fogo, sistemas de detecção e extinção ao fogo no mercado brasileiro, além da aplicação de até oito demãos de uma tinta intumescente importada da Inglaterra sobre perfis metálicos.
O IMS Paulista é sustentável em seu conceito, em sua construção e também em seu funcionamento, que beneficia a economia de energia, de água e o conforto térmico e acústico. Os arquitetos implementaram vários acabamentos inovadores com materiais cuidadosamente escolhidos, tudo baseado no credo da construção seca que visa a atender o conceito inicial vencedor do concurso. Outro ponto importante era o de que minimizassem manutenção futura mesmo que houvesse um investimento maior inicialmente.
Durante as obras o IMS abriu a diversas universidades. Esse programa de visitação recebeu mais de 2.000 alunos e entidades profissionais. Por isso, nos enche de orgulho ter construído algo que engrandece a cultura do Brasil e de que está no mesmo patamar dos principais museus do mundo.