Senado vota nomeações sem consultar Bolsonaro
Mesmo com Jair Bolsonaro já eleito, o Senado está aprovando a toque de caixa indicações para cargos públicos feitas pelo governo Michel Temer, atendendo a pedidos de políticos da sua base de apoio. Nos últimos dois dias, o plenário aprovou extrapauta dez nomes para cargos em sua maioria com mandato, o que impede que o novo presidente os troque. Entre o primeiro e o segundo turno da eleição, o Senado montou quase toda a Agência Nacional de Mineração (ANM). Ontem, aprovou Victor Bicca para diretor-geral do órgão regulador.
» Mais embaixo. A recémcriada ANM substitui o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). O órgão responsável por emitir autorizações de pesquisa e exploração mineral em todo o País terá todos os diretores indicados na gestão Temer.
» Antes que acabe. Além dos nomes para a agência reguladora, o plenário do Senado aprovou entre terça e quarta-feira sete nomes para embaixadas, um para o Superior Tribunal Militar e outro ao Tribunal Superior do Trabalho. Todos estavam há meses na gaveta.
» Na fila. Na próxima semana, o Senado deve aprovar o nome de Moisés Moreira para diretor da Anatel. Sua sabatina já foi marcada para terça-feira, 6.
» É tudo nosso. O atual governo chegou a afirmar que iria deixar as vagas em aberto para o sucessor de Temer preencher. Mudou de ideia. “Não vamos deixar nada aberto. Vamos governar até o fim”, avisa o ministro Carlos Marun.
» No escuro. Temer vai aguardar a reunião com Bolsonaro para decidir se toca a reforma da Previdência ou não. A avaliação no Planalto é de que não há clareza sobre a intenção do eleito.
» Sem voz. O PT teme perder a liderança da minoria no Senado, dada ao maior partido da oposição. Se MDB e PSDB de fato se opuserem ao governo Bolsonaro, terão bancadas maiores do que a petista.
» Chega de briga. O MDB no Senado concluiu que, se continuar dividido na disputa pelo comando da Casa, pode abrir brecha para um aliado de Bolsonaro se eleger para a vaga.
» Sobra. Na partilha de cargos, sobrou para Gustavo Bebianno a Secretaria-Geral da Presidência. O cargo é responsável pela burocracia do Palácio do Planalto.
» Viúva Porcina. Bebianno havia sido cotado para a pasta da Justiça, vaga oferecida a Sérgio Moro. Para aceitar, o juiz espera de Bolsonaro compromisso público de que vai para o STF.
» Mistério. Ana Paula Vescovi confirma ter recusado convite de Wilson Witzel, mas quando é perguntada sobre se fica no governo Bolsonaro não comenta.
CLICK. Futuro ministro da Ciência e Tecnologia, o astronauta Marcos Pontes já foi garoto-propaganda de uma marca de travesseiros. A unidade custa R$ 85 na internet.
» Top secret. Os nomes dos indicados para a equipe de transição serão submetidos ao escrutínio da Abin. Será mantido sigilo para não haver constrangimentos caso algum seja vetado.
» Só por foto. Michelle Bolsonaro, mulher de Jair Bolsonaro, ainda não conversou com a atual primeiradama, Marcela Temer. Os maridos só se falaram rapidamente por telefone e devem se reunir quarta-feira.
» Blindado. O gabinete de transição contará com 72 homens da Força Nacional de Segurança.