Autoridade turca diz que jornalista foi estrangulado
Promotor saudita chega a Istambul para tratar do caso com governo da Turquia, mas não há avanços
Um promotor turco afirmou ontem que o jornalista saudita Jamal Khashoggi foi estrangulado, como parte de uma morte premeditada, assim que entrou no Consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia. Em seguida, o corpo de Khashoggi teria sido desmembrado e descartado.
Em nota, o escritório do Procurador-Geral de Istambul, Irfan Fidan, também afirmou que discussões com o promotor saudita, Saud al-Mojeb, terminaram sem “resultados concretos”, apesar da “boa vontade nos esforços” da Turquia em revelar a verdade.
A nota do procurador é a primeira confirmação por parte de uma autoridade da Turquia de que Khashoggi foi estrangulado e desmembrado dentro da representação diplomática saudita em Istambul.
Al-Mojeb chegou ontem à Turquia, onde deve se encontrar com agentes de inteligência do país e discutir a morte do jornalista. A agência de notícias DHA disse que o saudita fez uma visita durante a madrugada à agência turca de inteligência.
A Turquia tenta obter a extradição dos 18 suspeitos detidos na Arábia Saudita pelo assassinato de Khashoggi, em 2 de outubro, onde ele entrou para buscar papéis para casar com sua noiva, Hatice Cengiz, nascida na Turquia.
O governo turco pressiona os sauditas por informações sobre os restos mortais de Khashoggi, que ainda não foram encontrados, assim como para saber quem ordenou o assassinato.
Autoridades da Arábia Saudita disseram que o reino julgará os 18 suspeitos depois que a investigação
estiver completa.
Diante da pressão internacional, a Arábia Saudita finalmente reconheceu o assassinato do jornalista em seu consulado durante uma operação “não autorizada”, mas as diferentes versões apresentadas provocaram ceticismo.
Irmãs. A polícia de Nova York anunciou ontem que investiga a misteriosa morte de duas irmãs da Arábia Saudita cujos corpos, colados juntos com fita adesiva, foram encontrados às margens do Rio Hudson.
As irmãs, Tala Farea, de 16 anos, e Rotana Farea, de 22 anos, foram descobertas no sábado, a 362 quilômetros de Fairfax, na Virgínia, onde viviam com a família. Elas desapareceram em agosto.
Investigadores ainda não determinaram a causa da morte. Os corpos estavam vestidos e atados juntos, um de frente ao outro, mas não havia sinais de trauma, segundo a polícia.
A mãe disse aos detetives que, na sexta-feira, um dia antes de os corpos serem encontrados, ela recebeu uma ligação de um funcionário da embaixada saudita ordenando que a família deixasse o país, porque suas filhas tinham entrado com um pedido de asilo, segundo a polícia. O consulado saudita em Nova York informou ter “contratado um advogado para acompanhar o caso”.