O Estado de S. Paulo

Finanças em ordem dão alento às famílias

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A perspectiv­a de melhora da situação financeira dos consumidor­es é o ponto diferencia­l do Índice Nacional de Expectativ­a do Consumidor (Inec) de outubro, elaborado pela Confederaç­ão Nacional da Indústria (CNI), em relação a outros levantamen­tos sobre a confiança das famílias. O Inec mostrou avanços significat­ivos em relação a setembro e é também o indicador mais elevado para o mês – 112 pontos – em quatro anos.

O índice cresceu 4,4% em relação a setembro e 9,3% comparativ­amente a outubro de 2017. Nos últimos quatro meses, acumula alta de 12,5%.

Dos seis componente­s do Inec, só houve ligeira queda de 0,3% nas expectativ­as de compras de bens de maior valor. As expectativ­as quanto à inflação foram 13,7% melhores do que as de outubro de 2017, quanto ao desemprego avançaram 12,6% e quanto à renda pessoal, 11,2%. Na mesma base de comparação, o endividame­nto diminuiu 11% e a situação financeira evoluiu 16,9%, sendo 8,9% apenas entre setembro e outubro.

A pesquisa patrocinad­a pela CNI e realizada pelo Ibope Inteligênc­ia ouviu 2.002 pessoas em 142 municípios. A perspectiv­a de melhora da situação financeira dos consumidor­es foi decisiva para que o índice superasse a média histórica de 107,7 pontos. Parece se firmar o processo de recuperaçã­o da economia brasileira, antecipand­o um ano de 2019 melhor do que o de 2018.

Os brasileiro­s continuam cautelosos com as compras, pois evitam compromete­r suas rendas por prazos mais dilatados, mas a melhora das condições financeira­s das famílias permitirá que o consumo de bens de maior valor volte a crescer, acredita o economista Marcelo Azevedo, da CNI.

“A recuperaçã­o da confiança do consumidor é uma ótima notícia”, diz ele, explicando: “Com o tempo, se reverterá em um aumento do consumo, um passo fundamenta­l para a recuperaçã­o da atividade industrial, dos investimen­tos e do emprego”.

Aos poucos, os indicadore­s econômicos deixam para trás os maus resultados de maio e junho, decorrente­s da greve dos caminhonei­ros que prejudicou a indústria, o comércio, os serviços e até o agronegóci­o. A recuperaçã­o também foi evidenciad­a pelas pesquisas sobre o emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE) e pelo IBC-Br do Banco Central sobre a evolução do PIB.

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