O Estado de S. Paulo

Mais um executivo acusado de assédio deixa o Google

Até agora, três funcionári­os de alto escalão da companhia deixaram a empresa em casos semelhante­s

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Richard DeVaul, diretor do Google X – área de pesquisa e desenvolvi­mento tecnológic­o da empresa –, pediu demissão ontem, após ser acusado de assédio durante um processo seletivo da companhia. Trata-se do terceiro caso de saída de altos executivos da empresa em casos semelhante­s. O exemplo mais famoso é do criador do Android, Andy Rubin, que deixou o Google em 2014, depois de ter sido denunciado por uma funcionári­a de má conduta sexual.

Na semana passada, o jornal The New York Times publicou que, em 2013, a engenheira Star Simpson foi vítima de investidas de DeVaul durante um processo seletivo para trabalhar na equipe do executivo. Star disse que, ao ser entrevista­da, achou estranho que o executivo abordasse assuntos como o fato de ele ser adepto a relacionam­entos amorosos abertos.

Star contou que, depois da entrevista, DeVaul a convidou para o festival Burning Man, em Nevada. A engenheira afirmou que aceitou a proposta porque acreditava que, durante a viagem, ele daria pistas sobre o resultado do processo seletivo. Ela levou a mãe na viagem para evitar possíveis investidas.

Durante o evento, DeVaul pediu que ela que tirasse a blusa para receber massagens nas costas. Star teria negado a sugestão, mas deixou o executivo massagear seu pescoço. Duas semanas depois, a engenheira recebeu uma ligação do Google informando que não tinha conseguido o emprego.

“Não sabia lidar com isso sozinha na época”, disse a engenheira ao jornal americano. Star notificou a empresa sobre o ocorrido dois anos depois, mas ouviu de um funcionári­o que o relato “provavelme­nte não era verdadeiro”.

Ontem, DeVaul pediu desculpas e admitiu que havia decidido não contratar a engenheira antes da viagem a Nevada. O executivo afirmou que não sabia que ela, à época, ainda não havia sido informada da decisão.

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