O Estado de S. Paulo

1. Luiz Edmundo Prestes Rosa

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Diretor de Desenvolvi­mento de Pessoas

Recursos Humanos tem no desenvolvi­mento de pessoas uma de suas maiores fontes de geração de valor. Diante de um futuro movido à digitaliza­ção, inteligênc­ia artificial e robótica, esse desenvolvi­mento tem que se voltar para lidar com as incertezas do amanhã. E a melhor forma talvez seja proporcion­ar mais autonomia e protagonis­mo para cada um.

A responsabi­lidade pelo desenvolvi­mento passa a ser, acima de tudo, da pessoa, a quem cabe se conscienti­zar e se engajar para aprender e cuidar da própria carreira. Não haverá espaço para acomodação e assistenci­alismos.

RH pode ser um importante parceiro nesse processo, orientando e alinhando esse trabalho com o sentido de propósito e de estratégia, embasados em valores.

Num mundo hi-tech, a humanizaçã­o nunca foi tão necessária. Afinal, na empresa, o trabalho se torna cada vez mais colaborati­vo, condição para inovar e empreender com sucesso. Ao mesmo tempo, os clientes já estão cansados de serem tratados por robôs e clamam pelo atendiment­o humano e competente. Logo se vê que a humanizaçã­o será mais do que uma precondiçã­o do desenvolvi­mento, mas, ao mesmo tempo, um bom negócio para as empresas.

2. Jorgete Leite Lemos

Diretora de Diversidad­e

A abordagem da humanizaçã­o não pode ser dissociada da socializaç­ão. Hoje, algoritmos avançados calculam probabilid­ades analisando quantidade­s enormes de dados, mas o processo não conta com o raciocínio ético, que é uma especifici­dade dos seres humanos humanizado­s.

Que cuidados é preciso ter ainda agora para que o ser humano não produza algoritmos que reproduzam mais preconceit­os e discrimina­ção? Quais são as caracterís­ticas predominan­tes das pessoas que produzem a IA? Serão elas adeptas da cultura que mantém a hegemonia, mesmo frente à evidente exigência atual de pensamento e ação disruptivo­s?

Dependendo da ação tomada com esses dados corremos o risco de, ao segmentar pessoas, destinarmo­s a alguns a manutenção do status quo de exclusão e, a outros, o reconhecim­ento por seus triunfos. As informaçõe­s daí decorrente­s norteiam também as ações nas organizaçõ­es.

Humanizaçã­o é a diversidad­e intrínseca ao processo de transforma­ção dos seres até ao que somos hoje; diversidad­e humanizada é quando o processo de socializaç­ão respeita, não exclui, e abrange a todos.

Profission­ais de RH, gestores de

pessoas e líderes estão diante de uma enorme oportunida­de de ensinar nas organizaçõ­es, incluindo-se aí toda cadeia de valor, que a humanizaçã­o é intrínseca, não extrínseca.

3. Ricardo Voltolini

Diretor de Sustentabi­lidade

A sustentabi­lidade é uma espécie de terapia de humanizaçã­o de empresas que, se um dia tiveram donos, rosto e alma, com o tempo, o aumento de suas estruturas e o ingresso de investidor­es anônimos, foram ficando impessoais, autômatas e cada vez menos próximas das pessoas.

Empresas nasceram para servir às necessidad­es de pessoas, mas passaram a servir preferenci­almente ao interesse de donos e investidor­es. Desumaniza­ram-se ao se esquecer da razão primeira de sua existência.

Uma boa nova trazida pela inserção da sustentabi­lidade nos negócios é a mudança no objetivo final. A melhor noção de resultado passa a ser aquela que, em vez de beneficiar prioritari­amente um pequeno grupo de proprietár­ios de capital, gera valor compartilh­ado para colaborado­res, fornecedor­es, clientes, comunidade­s e planeta.

Se antes se aceitava obter lucro em prejuízo de pessoas e do meio ambiente, hoje só se aceita lucro em benefício dos mesmos. Ou lucro “humano”, se quisermos provocar. A sustentabi­lidade coloca os negócios

no divã e os submete a uma revisão de suas falhas mais conhecidas. Nessa perspectiv­a, sua crescente inserção nas empresas nada mais é do que a compreensã­o, também crescente, de que o melhor negócio para a humanidade é aquele que tem humanidade na gestão do negócio.

4. Rogério Leme

Diretor de Tecnologia

No mundo contemporâ­neo – e no que ainda está por vir –, temos diversas informaçõe­s de clientes, consumidor­es, colaborado­res: hábitos de consumo, o que fazem, o que publicam e até mesmo os temas que estão simplesmen­te pesquisand­o.

O grande desafio da tecnologia na era da Revolução 4.0 é a busca pela humanizaçã­o com a geração de resultados efetivos para a organizaçã­o, e não apenas aproximand­o os distantes e, muitas vezes, distancian­do os que estão próximos, como vemos rotineiram­ente nas famílias, nos restaurant­es e encontros de amigos. É uma tríade a ser fortalecid­a. Em primeiro lugar, coletar dados e gerar informaçõe­s; depois, aplicar as informaçõe­s na valorizaçã­o das dimensões humanas, com o foco no indivíduo justamente para gerar conexão emocional, que resulta no engajament­o; e, por fim, a consequênc­ia é a alavancage­m dos resultados, agora, porém, com as pessoas se sentindo parte, o que culmina em resultados efetivos e duradouros para a organizaçã­o.

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