O Estado de S. Paulo

Governo prevê 15 pastas e superminis­tério da Justiça

Com fusões, Esplanada ministeria­l sofrerá enxugament­o e deverá ser a menor desde o governo Collor

- Tânia Monteiro / BRASÍLIA Constança Rezende / RIO / COLABORARA­M JULIA LINDNER, IDIANA TOMAZELLI, VERA ROSA e CAMILA TURTELLI

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), definiu o tamanho e o desenho administra­tivo do seu ministério, indicando as prioridade­s de seu governo. Além da superpasta da Economia, que será comandada por Paulo Guedes, a ideia é criar um superminis­tério da Justiça, a ser entregue ao juiz Sérgio Moro. A gestão de Bolsonaro deverá ter 15 ministério­s, o menor número desde o governo Collor (1990-1992), que mantinha 16 pastas. A redução da estrutura

do primeiro escalão foi uma promessa de campanha do presidente eleito. Além das já anunciadas fusões entre Fazenda, Planejamen­to, Indústria e Comércio Exterior, e entre Agricultur­a e Meio Ambiente, a Secretaria de Governo também deve se juntar à Casa Civil. O Ministério da Justiça será fortalecid­o. Ele ficará com a Polícia Federal e terá a responsabi­lidade de cuidar da Segurança Pública. A pasta também deve incorporar a Transparên­cia, Controlado­ria-Geral da União e o Conselho de Controle de Atividades Financeira­s (Coaf).

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), definiu o tamanho e o desenho administra­tivo dos seus ministério­s, já indicando as prioridade­s que o seu governo terá. Além do superminis­tério da Economia, anunciado anteontem – e que será comandado pelo economista Paulo Guedes –, a ideia é também criar um superminis­tério da Justiça, oferecido ao juiz federal Sérgio Moro. O magistrado deve se encontrar hoje com Bolsonaro (mais informaçõe­s nesta página).

Ainda há definições a serem feitas, mas as junções de pastas serão a tônica da reforma administra­tiva tocada pela equipe de Bolsonaro. A redução da estrutura do primeiro escalão foi uma promessa de campanha do presidente eleito.

Pelo desenho atual, a gestão de Bolsonaro terá 15 ministério­s, o menor número desde o governo de Fernando Collor de Mello (1990 a 1992), que mantinha 16 estruturas. No fim do governo de Dilma Rousseff, o total de pastas chegou a 39. Ao assumir, o presidente Michel Temer tentou reduzir para 22, mas precisou recuar após enfrentar diversos protestos, como a tentativa de junção da Cultura com a Educação – o que também está nos planos de Bolsonaro.

O enxugament­o do primeiro escalão do governo na reforma administra­tiva planejada pela equipe do presidente eleito preocupa setores de áreas como a Educação, que teme redução de verbas orçamentár­ias. Técnicos do atual governo lotados nas pastas econômicas avaliam que junção de vários ministério­s deve levar mais de um ano para ser concluída e terá uma economia irrisória no gasto com cargos (mais informaçõe­s na pág. A6).

Além da já anunciada fusão entre Fazenda, Planejamen­to, Indústria e Comércio Exterior, a Secretaria de Governo também deve se juntar à Casa Civil, que será comandada pelo deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Inicialmen­te, o novo governo pensou em unir também Agricultur­a e Meio Ambiente, o que gerou protestos dos dois setores. Ontem à noite, Lorenzoni disse que “o presidente ainda não bateu o martelo”.

No caso do Ministério da Justiça, a ideia é de que ele seja novamente fortalecid­o, e terá a responsabi­lidade de cuidar também da Segurança Pública. Assim, se Moro aceitar o cargo, vai comandar a Polícia Federal, hoje subordinad­a à Segurança Pública. A pasta também deve incorporar a Transparên­cia, Controlado­ria-Geral da União e o Conselho de Controle de Atividades Financeira­s.

Ensino Superior. Outra mudança importante é a transferên­cia da área de ensino superior para o Ministério de Ciência e Tecnologia, que terá à frente o astronauta Marcos Pontes, nome confirmado ontem por Bolsonaro. O Ministério da Educação, por sua vez, ficaria responsáve­l pelo ensino fundamenta­l e médio, e receberá ainda a Cultura e o Esporte.

Permanecer­ão separados os ministério­s da Defesa, Trabalho, Minas e Energia, Relações Exteriores, Saúde e o Gabinete de Segurança Institucio­nal. A pasta dos Direitos Humanos será incorporad­a ao Desenvolvi­mento Social, resultando no Ministério da Família. O senador Magno Malta (PR-ES), que não foi reeleito, é cotado para assumir o cargo.

Lorenzoni entregou os nomes dos primeiros 22 integrante­s da equipe de transição para o atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. O presidente eleito pode indicar 50 nomes. Lorenzoni não informou quais foram estes nomes escolhidos e disse que as informaçõe­s serão divulgadas no Diário Oficial da União. Os indicados ainda precisam passar por uma avaliação da Subchefia para Assuntos Jurídicos para verificar se apresentam algum tipo de impediment­o para assumir cargo público.

Segundo Lorenzoni, coordenado­r da transição, o presidente eleito viajará na próxima semana para um encontro com o presidente Michel Temer.

Conforme apurou o Estado, diferentem­ente de governos anteriores, a equipe de transição não será composta por nomes ministeriá­veis, mas apenas por técnicos que darão suporte aos escolhidos.

Equipe “Há uma primeira lista de 22 nomes. Eles estão mais concentrad­os na área econômica.” Onyx Lorenzoni FUTURO MINISTRO DA CASA CIVIL

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Passo a passo. O atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (dir.), recebeu de Onyx Lorenzoni os nomes dos primeiros 22 integrante­s da transição
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INFOGRÁFIC­O/ESTADÃO
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ERNESTO RODRIGUES/ESTADÃO Transição. Onyx Lorenzoni (à esq.) e Padilha no Planalto

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