Corinthians faz tributo a vítimas de ataque
Jogadores entrarão em campo domingo, contra o Botafogo, com o nome dos judeus mortos gravados nos uniformes
O Corinthians vai homenagear na partida de domingo, às 17h, contra o Botafogo, pela 32.ª rodada do Campeonato Brasileiro, as 11 vítimas fatais do atentado a uma sinagoga em Pittsburgh, nos Estados Unidos, ocorrido no último sábado. Os 11 titulares entrarão em campo, no Engenhão, no Rio, com os nomes dos judeus mortos no ataque grafados no uniforme.
O goleiro Cássio, por exemplo, levará na camisa o nome de Rose Mallinger, que faleceu após o tiroteio. Ela tinha 97 anos e havia sobrevivido ao holocausto.
Os jogadores reservas lembrarão em suas camisas povos que já sofreram com genocídios: armênios, guatemaltecos, chineses, ruandeses, namibianos, curdos, ciganos, timorenses, bengaleses, gregos e cambojanos.
O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, por meio de comunicado, justificou a homenagem. “Abominamos todos os tipos de injustiça social, violência, preconceito e, principalmente, atos de terrorismo. Por isso, refutamos o ódio emanado de diferenças religiosas, de cor, raça ou costumes.”
O atentado em Pittsburgh é o pior ataque antissemita da história dos Estados Unidos. Testemunhas afirmaram que o atirador entrou na sinagoga gritando “todos os judeus devem morrer”. Ele estava usando um fuzil AR-15. A sinagoga fica em Squirrell Hill, um tradicional bairro da comunidade judaica.
O motorista antissemita acusado pelo atentado se declarou inocente ontem. Se condenado, ele pode ser punido com pena de morte. O nome do suposto assassino é Robert Bowers. Ele foi indiciado em 44 crimes, que incluem homicídio, crime de ódio, obstrução da prática religiosa e outros.
“O massacre de fiéis durante o serviço religioso judaico agrediu valores fundamentais do “bando” (de loucos, como os torcedores corintianos são conhecidos) e das pessoas de bem”, acrescentou Andrés no comunicado. “Coisas como essas não podem se repetir. Cabe a cada um dar o exemplo para fazermos um mundo melhor. Relembrar e rechaçar as manifestações de preconceito são a melhor forma de combater estes surtos de barbaridade.”