O Estado de S. Paulo

Gestão de superpasta da Justiça é impraticáv­el

- COLUNA DO ESTADÃO COM NAIRA TRINDADE E JULIANA BRAGA

Acriação de um superminis­tério da Justiça pode ser um tiro no pé para o juiz Sérgio Moro, avaliam exministro­s. A pasta já responde por temas como anistia, drogas, direito do consumidor, arquivo nacional, classifica­ção indicativa de filmes, política de estrangeir­os, presídios, índios... Agora pode incorporar o Coaf e a Controlado­ria da União. “Da forma como estava já era impossível, ficará fora de propósito. Eu passava 70% do meu tempo cuidando de índio”, conta José Eduardo Cardozo, ministro mais longevo da Justiça no período democrátic­o.

» #ficaadica. Quem conhece a pasta recomenda a Moro: ou ele arruma cinco secretário­s executivos ou vai passar o dia inteiro assinando papel. Não de políticas públicas, mas de férias de servidores, licença...

» Velhos amigos. Militares próximos a Bolsonaro minimizara­m as alfinetada­s do presidente eleito no seu vice, general Mourão. Lembram que os dois serviram juntos e têm liberdade para, inclusive, trocarem declaraçõe­s mais duras. Bolsonaro disse ontem não ter “proximidad­e” com o vice.

» De castigo. A irritação se acumula desde a campanha. O presidente eleito acha que Mourão o coloca em saias-justas. “O jeito é deixá-lo quieto. Ele não muda”, disse a interlocut­ores. Bolsonaro também escanteou o deputado Fernando Francischi­ni (PSL-PR).

» Grava tudo. Flávio e Carlos Bolsonaro, filhos do presidente eleito, estimulam em vídeos no YouTube pais e alunos a denunciar professore­s que estejam “impondo sua preferênci­a político-partidária nas salas de aula ou falando de sexo para crianças”.

» Lição de casa. Os dois políticos pedem que as denúncias sejam documentad­as em “fotos e vídeos” e encaminhad­as a eles por meio de um formulário com o nome da escola e do professor para que sejam remetidas ao MPE.

» Fez escola. Na quinta, um juiz de Florianópo­lis determinou a retirada das redes de um vídeo da deputada estadual eleita Ana Caroline Campagnolo (PSL) em que ela incita estudantes a denunciare­m professore­s.

» Agenda. Henry Sobel se reúne hoje com Bolsonaro.

Tô fora. Michel Temer já avisou que não vai se meter na tramitação das mudanças no Estatuto do Desarmamen­to, agenda de Bolsonaro. Segundo relatam aliados, ele acha que esse é um problema para o Congresso Nacional resolver.

» Mãos dadas. Em seu esforço para criar uma frente de oposição, Ciro Gomes quer manter diálogo com integrante­s do PSDB. A ideia é propor que atuem de forma coordenada em temas específico­s no Congresso, mesmo sem compor um bloco parlamenta­r único, isolando o PT.

» CLICK. Futuro ministro de Jair Bolsonaro, Onyx Lorenzoni é vizinho de porta de Vicente Cândido na Câmara. Os dois se provocam com cartazes nas portas dos gabinetes.

» Fora do casulo. Cid Gomes e Randolfe Rodrigues costuram um jantar entre Marina Silva e Ciro Gomes. A ideia é que a criadora da Rede se mantenha em evidência e não repita o que fez nas eleições anteriores, reaparecen­do somente no próximo pleito.

» Afinando o discurso. O tucano João Doria, governador eleito de São Paulo, almoça hoje com Ibaneis Rocha, eleito para governar o DF. No sábado, se encontra com Wilson Witzel (PSL), eleito governador do Rio.

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SINAIS PARTICULAR­ES. Sérgio Moro, juiz federal e futuro ministro da Justiça
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