CNJ analisa três representações contra juiz
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) analisa a atuação do juiz da 13.ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, no âmbito da Operação Lava Jato em três episódios: na divulgação de parte da delação do ex-ministro Antonio Palocci antes do primeiro turno das eleições deste ano, na interferência em relação à ordem de soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo desembargador Rogério Favreto e por ter autorizado a divulgação de interceptação telefônica de conversa entre Lula e Dilma Rousseff, em 2016.
O corregedor nacional de Justiça, Humberto Martins, disse ontem que os procedimentos disciplinares dos quais Moro é alvo serão “analisados no tempo certo”. “O corregedor nacional analisará tudo dentro do tempo, independentemente de ser indicado ministro, não ser indicado. Não sei nem qual será a minha decisão, vou analisar caso a caso”, disse.
Três conselheiros ouvidos reservadamente pelo Broadcast Político, no entanto , divergem sobre o destino dos procedimentos instaurados pelo órgão para apurar a conduta de Moro na Lava Jato. Para um deles, os casos devem ser extintos no CNJ após a exoneração de Moro. Outro conselheiro acredita que há precedente para permitir a continuidade do processo, mesmo com o desligamento do juiz de suas funções. Um terceiro avalia que a questão está em aberto e pode ser discutida pelo plenário do CNJ.
No caso mais recente, envolvendo a delação de Palocci, Moro afirmou ao CNJ não ter “inventado” o depoimento. Sobre o episódio da soltura de Lula, disse que agiu para evitar “situação de risco” e em relação à divulgação da conversa entre Lula e Dilma, alegou ter agido “em nome da transparência”.