Bolsa bate recorde com cenário externo
Ibovespa sobe 1,14% e fecha em 88.419 pontos; dólar recua 0,82% para R$ 3,69
O ambiente externo mais favorável e o otimismo em relação ao futuro governo Bolsonaro, sobretudo quanto às movimentações para aprovar uma reforma da Previdência, levou o Ibovespa, o principal indicador da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, à sua terceira alta consecutiva. O índice atingiu novo pico histórico ontem, primeiro pregão de novembro.
Após renovar a máxima histórica durante o pregão – de 89.017 pontos no início da tarde –, o índice encerrou em alta de 1,14%, aos 88.419 pontos, superando o recorde de 26 de fevereiro deste ano, de 87.652 pontos.
Mas o principal condutor do bom humor nos mercados foram as declarações do presidente americano, Donald Trump, sobre uma conversa “muito boa” com o presidente chinês, Xi Jinping, com ênfase no comércio exterior. Em Nova York, o Dow Jones terminou com ganho de 1,06%. O S&P 500 subiu 1,06% e o Nasdaq, 1,75%.
O dólar perdeu força de forma generalizada e, por aqui, a moeda americana à vista fechou em baixa de 0,82%, a R$ 3,69.
Em menor grau, a decisão do juiz Sergio Moro de aceitar o convite de Jair Bolsonaro para assumir o Ministério da Justiça teve efeito positivo nas mesas de operação durante a tarde, com a leitura de que sua popularidade poderá facilitar a negociação de medidas mais duras.
Exterior. “O cenário internacional ajudou bastante, embora as ações da Petrobrás tenham sofrido forte desvalorização”, disse Pedro Guilherme Lima, analista da Ativa Investimentos. Para ele, o cenário internacional deve continuar no foco do investidor nos próximos dias, dividindo as atenções com os balanços das companhias brasileiras e com os anúncios de nomes do governo eleito.
Para o analista, a alta não foi maior por causa da proximidade do feriado de Finados, que manterá a Bolsa fechada hoje, enquanto os mercados americanos operam normalmente. Além de operações pontuais de realização de lucros, a alta acabou por ser limitada pelas perdas das ações da Petrobrás (que caíram cerca de 1%), influenciadas pelo preço do petróleo.
A Pimco, maior gestora de fundos de bônus do mundo, com US$ 1,8 trilhão em ativos, divulgou relatório com avaliação positiva sobre o futuro governo Bolsonaro. O cenário-base é que a nova administração vai montar uma equipe pró-mercado, com foco na estabilidade macroeconômica e redução do déficit fiscal.