O Estado de S. Paulo

‘BRASIL E ARGENTINA, CADA VEZ MAIS INTEGRADOS’

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Na semana em que Paulo Guedes falou sobre a desimportâ­ncia do Mercosul – há anos que economista­s dizem isso, lembrando que o mercado só será importante quando houver um união aduaneira – a coluna conversou com

Pablo Di Si, presidente e CEO da Volkswagen América Latina. As exportaçõe­s do setor automotivo para a América Latina em geral, e Argentina em especial, são significat­ivas. E sempre motivo de disputa entre os dois países. “Brasil e Argentina estão muito ligados e a cadeia se complement­a bem. Então, independen­temente de Brasil e Argentina terem o Mercosul como foco, essa cadeia funciona e está cada vez mais integrada”. Aqui vão trechos da conversa.

• Acordo bilateral entre Brasil e Argentina também funcionari­a sem estarmos atrelados ao Mercosul?

Em geral, o comércio aberto é positivo. Hoje temos grande competição do mundo inteiro e para você conquistar alguns mercados fora da América Latina fica mais complicado.

Qual o peso das exportaçõe­s para a VW Brasil?

Somos o maior exportador histórico da indústria automobilí­stica aqui no Brasil. Vendemos entre 150 e 180 mil carros por ano para toda a América Latina. Mais de 60% dos nossos motores, produzidos na fábrica de São Paulo, são exportados para Alemanha, México, e também Argentina.

• A falta de uma união aduaneira, de um processo fiscal equilibrad­o, diminui a eficácia do bloco?

Tem as coisas positivas, as normas de segurança de emissões. E Brasil e Argentina fizeram, no mês passado, acordo para unificar essas normas. Entretanto,

Vocês pretendem levar isso • para o novo governo?

Na parte dos portos, já houve melhora.

Em outra declaração, o futuro ministro da Fazenda Paulo Guedes disse que quem faz lobby no Pais consegue benefícios e quem não faz vai para o Refis. A fama da indústria automotiva é a de ter forte lobby. O que o senhor acha disso?

Na minha opinião, os benefícios e subsídios nesses países, como Brasil ou Argentina, acontecem por causa do sistema tributário. O que a indústria brasileira pleiteia, de uma maneira geral, não é benefício. E sim estabelece­r igualdade de condições para poder concorrer com outros países.

• Quanto paga de imposto um carro no Brasil?

Entre 55% a 56%. Na Argentina, parecido. Nos EUA... está entre 8% e 12%.

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WERTHER SANTANA/ESTADÃO

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