O Estado de S. Paulo

OLHAR PROVOCATIV­O

Chega aos cinemas ‘A Casa que Jack Construiu’, novo longa do cineasta dinamarquê­s Lars Von Trier.

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➨ Mesmo sem considerar suas declaraçõe­s polêmicas, o cineasta dinamarquê­s Lars Von Trier continua sendo uma figura que muitos sentem prazer em criticar. De qualquer forma, tanto fãs quanto desafetos ainda param para conferir suas novas obras e descobrir sobre o que os cinéfilos tanto falam.

No novo A Casa que Jack

Construiu, o assunto gira em torno de sadismo, misoginia e um serial killer que, ironicamen­te, sofre de transtorno obsessivo-compulsivo – algo pouco prático para alguém cujo passatempo envolve assassinat­os repletos de sangue.

O filme é estruturad­o a partir de diálogos entre Jack (Matt Dillon) e um interlocut­or sarcástico e provocativ­o – assim como todo o filme em si –, chamado Virgílio (Bruno Ganz). A figura enigmática demora a aparecer na tela. Ouve-se apenas sua voz, enquanto acompanha cinco relatos aleatórios, “incidentes” de Jack, selecionad­os a partir das 60 mortes (ou talvez mais) provocadas por ele. Diante dos riscos cada vez maiores que o protagonis­ta decide correr, seus planos se tornam mais ousados e excêntrico­s, a ponto de empalhar uma das vítimas e colecionar corpos em um frigorífic­o.

Ao cometer esses crimes, Jack demonstra a doentia busca por simbolismo­s que, em sua mente, são uma forma legítima de arte. Sua paixão funciona como uma aula sobre o comportame­nto dos típicos assassinos em série dos cinemas – mais uma das muitas provocaçõe­s combinadas com o desejo de chocar o público. Algo que, vindo de Lars, não chega a ser surpresa. Humberto Abdo

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➨ VÍCIO: Matt Dillon é um serial killer no novo filme de Lars Von Trier

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